postado em 04/06/2014 17:13
O governo do Rio assinou nesta quarta-feira (4/6) um convênio no valor de R$ 42 milhões com a estatal federal Eletronuclear para complementação dos recursos necessários à construção da Estrada Parque Paraty-Cunha (RJ-165), que vai passar pelo Parque Nacional da Serra da Bocaina e chega até a divisa com São Paulo. No total, a obra vai custar R$ 92 milhões, sendo R$ 50 milhões financiados pela Comissão Andina de Financiamento. A previsão é que a obra seja entregue até o final do ano.A construção da estrada parque é uma das exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto de Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio) para a concessão da licença ambiental de construção da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no sul fluminense. Isso porque a ligação vai servir como rota de fuga em caso de acidente. O Departamento de Estradas e Rodagem executa as obras com a supervisão de técnicos e ambientalistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse que a pavimentação da RJ-165 é esperada há 50 anos. Segundo o governador, já são mais de dois quilômetros construídos, de um total de 9,4 quilômetros no trecho fluminense, até a divisa com São Paulo, onde se interligará à SP-171. O trajeto entre Paraty e Cunha, em São Paulo, tem um total de 47 quilômetros. Nos tempos de Brasil Colônia, os portugueses a usavam para transportar ouro e diamantes vindo de Minas Gerais, em direção ao Porto de Parati, na Costa Verde.
;A importância é muito grande. Temos pedidos aqui de mais de 153 prefeitos, do governador [de São Paulo] Geraldo Alckmin, que me liga de dez em dez dias perguntando como está a obra. Essa obra é a redenção de Paraty e de Angra dos Reis para o turismo. Você joga o Vale do Paraíba e o sul de Minas em menos de uma hora no mar. A Costa Verde vai ser o destino de um turismo ecológico, um turismo de negócios;, disse o governador.
As obras de construção da estrada ecológica começaram em maio do ano passado e obedecem a uma série de exigências de proteção da fauna e da flora locais, com a adoção de medidas de preservação do curso de rios, criação de passagens aéreas e subterrâneas para animais, pavimentação com blocos de cimento não poluentes, entre outras medidas.
O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, garantiu que a obra não agride o meio ambiente e respeita as exigências legais. ;Temos que inserir o homem no meio ambiente. Essa estrada permite que o homem se desloque com extremo respeito ao meio ambiente, permitindo passagem para animais, por exemplo. A própria atividade nuclear é uma participação das preocupações ambientais. Muito embora a crença diga o contrário, é uma forma muito limpa de gerar energia;, informou.
A Paraty-Cunha é a segunda estrada parque do estado do Rio. A primeira é a RJ-151, ligando Itatiaia e Resende, inaugurada no início deste ano, que é pavimentada com asfalto de borracha. As estradas parque são construídas no interior de uma área de preservação ambiental e exigem licença específica antes de serem pavimentadas.