Jornal Correio Braziliense

Brasil

Diretor da ANA diz que segurança hídrica depende de vontade política

Para Vicente Andreu Guillo, há uma cultura de abundância no Brasil e sempre vai haver uma pressão por aumentar a oferta de água, principalmente com a inclusão de uma grande parcela da população nas relações de consumo



[SAIBAMAIS]A alternância do poder também é um fator que precisa ser levado em conta, segundo o presidente da ANA. ;A questão do planejamento tem que estar ligada à continuidade e vontade politica de fazê-lo. No Nordeste, mesmo com divergências, a politica dos recursos hídricos continuou nos últimos 25 anos;, disse Andreu, explicando que os pojetos de segurança hídrica deve estar acima de questões políticas ou econômicas.

Andreu participou de audiência pública conjunta das comissões de Serviços de Infraestrutura e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado para falar sobre as perspectivas de racionamento de água no Brasil.

Segundo o presidente da ANA, é preciso retomar o diálogo para construção de reservatórios e de novas obras de transposição de rios no Brasil. ;Há uma grande objeção a essas construções por conta dos impactos, que são reais. Mas precisamos colocar nessa contabilidade os ganhos. Parece que fazer reservatórios só traz problemas, mas eles oferecem a segurança hídrica necessária;, ponderou.

A transposição do Rio São Francisco, por exemplo, é emblemática para Andreu, que considera o impacto no rio muito pequeno diante da segurança hídrica que a mudança no rumo de suas águas oferece. ;No caso do Rio Paraíba do Sul, a água vai ter que vir de mais longe e, evidentemente, envolverá transposições;, comparou, em referência à possível transposição de um afluente do Paraíba do Sul para abastecer o Sistema Cantareira.