postado em 05/06/2014 13:53
O movimento de passageiros no Terminal Rodoviário da Barra Funda era tranquilo na manhã desta quinta-feira (5/6), apesar de as catracas de acesso ao metrô estarem fechadas por causa da paralisação dos metroviários. Nesse terminal, muitas pessoas fazem a interligação entre os trens da Linha 3-Vermelha do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além dos ônibus que fazem viagens de longas distâncias para mais de 500 municípios de seis estados e para a cidade boliviana de Porto Soares.[SAIBAMAIS]Segundo a Socicam, empresa que administra os terminais rodoviários da cidade, a paralisação do metrô não criou nenhuma situação anormal na demanda de viagens rodoviárias. A maioria das pessoas que circulavam no saguão era de usuários da CPTM em operação normal no dia de hoje. Algumas delas, ouvidas pela Agência Brasil, avaliaram que o local estava um pouco mais vazio do que costuma ocorrer.
Entre os usuários, no entanto, estavam trabalhadores pegos de surpresa pela greve e sem saber o rumo a tomar para chegar ao local de trabalho. ;Só soube da greve hoje e saí de casa, em Jandira [município no oeste da Grande São Paulo] às 4h30, e só consegui chegar aqui na Barra Funda por volta das 9h, porque não conseguia entrar na composição. Tive que ficar esperando um trem menos cheio e, mesmo assim, vim espremido;, relatou o escrevente de cartório Donizete Pereira, de 27 anos.
Já a vendedora de uma loja de roupas residente próxima à estação, Renata Iza, de 23 anos, falava ao celular com o marido, que a ajudava a buscar uma opção para chegar à Rua Oscar Freire, na região da Avenida Paulista.
A atriz autônoma Joana Fernandes, de 27 anos, disse não ter sentido prejudicada porque conseguiu uma alternativa para sair de Engenheiro Goulart, na zona leste, e chegar ao terminal por meio da linha da CPTM. ;Eles [CPTM] estavam superorganizados e eu não enfrentei problema algum;, apontou ela.
Segundo o Metrô, a Linha 3-Vermelha estava operando parcialmente entre as estações Bresser, na zona leste, e Santa Cecília, na zona oeste. Além dela, o funcionamento estava parcial nas linhas 1-Azul, que liga as regiões norte e sul, e Linha 2-Verde, no ramal entre as zonas oeste e sul, passando pela Avenida Paulista. Duas das cinco linhas tinham operação plena: a Linha 4-Amarela, operada pelo setor privado, na ligação entre a região central, na Estação da Luz, até a zona sul, e a Linha 5-Lilás que serve à população dos bairros da zona sul.
Os metroviários reivindicam aumento salarial de 16%, ante uma oferta patronal de 8,7%. Por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a categoria deveria manter o funcionamento desse meio de transporte em 100% no horário de rush (das 6h às 9h e das 16 às 19h) e de 70% nos demais horários, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$ 100 mil.
A decisão do TRT prevê que, se ela for descumprida, a penalidade será aplicada ao sindicato que representa os metroviários. O cumprimento da determinação será debatido em assembleia dos trabalhadores, às 17h. Um pouco antes, às 15h, haverá audiência de conciliação no TRT.