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Machismo atrapalha combate ao tráfico de pessoas, diz secretário de Justiça

Preconceito contra jovens gays atrapalha o combate desses crimes, afirma Paulo Abrão



Para alertar sobre falsas promessas de aliciadores, os organizadores da campanha instalaram uma caixa, batizada de Gift Box, em frente a Igreja da Penha. A caixa, de grande proporções, remete à ideia de presente. Porém, dentro do embrulho gigante, estão histórias de crianças traficadas para exploração sexual e para o trabalho escravo na construção civil ou em clubes de futebol.

O coordenador da campanha e do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do governo do Rio, Ebenezer de Oliveira, lembrou que a desapropriação de imóveis rurais e urbanos identificados com trabalhadores escravos foi aprovada pelo Congresso Nacional. Agora, os imóveis poderão ser desapropriados para a reforma agrária ou para construção de casas populares.

O estado do Rio de Janeiro está na quinta colocação no ranking de trabalhadores em condições de escravidão libertados entre todas as unidades da federação. Segundo Oliveira, a maioria das vítimas é encontrada em áreas rurais, principalmente no norte fluminense, na exploração agrícola, como nos canaviais, ou na construção civil, na cidade do Rio. ;Em 2013, tivemos cerca de 110 casos de tráfico de pessoas. Quase que a maioria na construção civil e no comércio;, revelou.

Oliveira disse que as vítimas atraídas pelo tráfico de pessoas são enganadas com ofertas de melhores condições de vida. ;Tem a baixa escolaridade, a falta de emprego, o pouco acesso a direitos, que fazem com que a pessoa procure migrar para conquistar o trabalho;, explicou. Depois, acabam tendo documentos retidos, contraem uma dívida ilegal com o empregador para pagar pelos custos da viagem e terminam submetidas a condições degradantes de trabalho;, citou.