Brasil

Parceria com Alemanha deve aumentar capacidade de prever dengue no Rio

País europeu firmou um acordo com o Instituto de Microbiologia da UFRJ e o governo do Rio para ceder equipamentos e experiência em vigilância epidemiológica

postado em 25/06/2014 17:19
Uma parceria entre a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e o governo da Alemanha pode aprimorar no curto prazo as ações de combate à dengue. Preocupado com sua delegação nos Jogos Olímpicos de 2016, o país europeu firmou um acordo com o Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o governo do Rio para ceder equipamentos e experiência em vigilância epidemiológica para detectar que tipos de vírus estão circulando na cidade com o Aedes aegypti, o mosquito transmissor.

Sem essa metodologia, os dados sobre o tipo de vírus predominante em determinada época só podem ser conferidos com um levantamento de sorologia das pessoas já infectadas. A nova técnica consiste em capturar mosquitos e analisá-los, para saber se estão contaminados e com que tipos de vírus.

;Fazer essa identificação antes permite que algumas medidas sejam tomadas, para preparar os serviços de saúde e prever uma epidemia com maior grau de certeza;, explicou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, Alexandre Chieppe.



O projeto está em uma fase piloto e uma equipe de dez agentes já começou a fazer a coleta em áreas próximas aos locais de competição dos Jogos Olímpicos e unidades de saúde da capital. Por enquanto, o interior do estado só será incluído na coleta em casos específicos, como a identificação de um vírus novo em alguma cidade.

Além de armadilhas para capturar os mosquitos, eles usam uma espécie de aspirador que suga grandes quantidades do inseto para levá-los ao laboratório, onde são catalogados por gênero e raça. Depois, eles são acumulados em um equipamento que verifica se estão contaminados e por quais tipos de vírus.

Além da dengue, a pesquisa pode detectar a entrada do vírus Chikungunya no estado, que, além dos sintomas da dengue, causa dores musculares que podem durar meses. Uma das maiores preocupações, no entanto, é o vírus da dengue tipo 3, que não circula com intensidade no Rio de Janeiro desde 2002. ;A população está mais suscetível a ele porque não circula há mais tempo. Todo mundo que nasceu depois disso, por exemplo, não está imune;, explicou.

Se os testes detectarem alta circulação do vírus tipo 3, a secretaria deverá intensificar as ações de prevenção e preparar as unidades de saúde para identificar os sintomas da dengue. ;Na medida em que vamos tendo os resultados, eles mudam nossa forma de atuação. Se tivermos uma resposta positiva quanto à circulação do vírus tipo 3, isso muda o planejamento já para o ano que vem;.

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