Brasil

Corpo de motorista de ônibus morta em queda de viaduto será enterrado hoje

A filha de Hanna Cristina, de 26 anos, também estava no ônibus no momento do acidente. Ela deve receber alta hoje

Estado de Minas, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 04/07/2014 08:30
O corpo da motorista Hanna Cristina, de 26 anos, que morreu na queda do viaduto sobre a Avenida Pedro I, será enterrado na tarde desta sexta-feira no Cemitério Bosque da Esperança, no Bairro Jaqueline, Região Norte de Belo Horizonte. A mulher era condutora do ônibus suplementar da linha suplementar S70 que foi atingido pela estrutura de concreto. Além dela, o condutor de um Fiat Uno, Charles Frederico Moreira do Nascimento, também morreu. Outras 22 pessoas ficaram feridas.

A filha de Hanna, que tem 5 anos, estava no coletivo no momento da tragédia e sofreu ferimentos. Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a menina deu entrada na unidade de saúde com um hematoma do lado esquerdo da cabeça, cefaleia e perda de consciência. Depois de passar por um exame de raio-x, ela permaneceu em observação na ala de pediatria. A garota deve receber alta ainda hoje.

Hanna Cristina tinha 26 anos e dirigia o coletivo para ajudar o pai, motorista aposentado por invalidez

Companheira de profissão, Rozilene Edlourdes Canuto Silva conta que Hanna era considerada uma excelente motorista, muito tranquila e atenta enquanto estava no trânsito. ;Infelizmente, o que aconteceu estava fora do controle dela. Ainda assim, ela conseguiu frear ao perceber que o viaduto estava caindo para impedir que ele atingisse o meio do ônibus. Essa atitude pode ter salvado muita gente;, acredita.

[SAIBAMAIS]Hanna Cristina fazia parte de uma família de motoristas e começou a conduzir o micro-ônibus para ajudar o pai, ex-perueiro que deixou de dirigir depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Sem horário para trabalhar, ela dividia a direção do coletivo com o irmão, afirma o presidente do Sindpautras, sindicato que reúne os permissionários autônomos do transporte suplementar e alternativo na capital e em Betim, Maurício dos Reis.

Motorista do Fiat Uno

Os trabalhos de retirado do corpo do motorista Charles Frederico Moreira do Nascimento, que estava dentro do Fiat Uno, placa GSZ-5394, de Lagoa Santa, que foi totalmente esmagado pela estrutura, duraram 14 horas. A operação teve sucesso depois que um rompedor hidráulico, um trator com uma broca perfurar rochas e concreto, chegou ao local. Pouco antes da meia noite a máquina já havia conseguido fazer um buraco próximo ao veículo. Os escombros foram retirados por uma escavadeira. Em seguida, um bombeiro entrou embaixo do automóvel e prendeu um cabo de aço no eixo do carro com a intenção puxá-lo com uma das máquinas, mas o carro continuava preso.

Os bombeiros continuaram as escavações e usaram um caminhão-pipa para molhar o solo facilitar a retirada do Uno. A estrategia deu certo e pouco antes das 3h duas rodas do lado esquerdo do carro foram soltas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a principal dificuldade em remover o veículo foi em função do peso da estrutura sobre o carro. O viaduto Batalha dos Guararapes pesa 2,5 toneladas e tem 150 metros de extensão. Às 4h40, após oito horas de operação específica para a remoção do Uno, o veículo finalmente foi retirado de debaixo do viaduto. Ao todo cerca 70 homens participaram dos trabalhos.



Drama

A companheira do motorista, Cristilene Pereira Leme, disse que esperava por Charles em um ponto de ônibus perto do local do acidente. ;Ele tinha combinado de me pegar por volta das 15h, pouco depois do viaduto. Ligo insistentemente para ele, mas não me atende;, comentou.

A mulher esteve durante boa parte do tempo no local acompanhando o trabalho de resgate. Ainda à tarde ela se sentiu mal e precisou de atendimento médico. Ela também acompanhou o trabalho de remoção durante toda a madrugada. (Com informações de Thiago Lemos, Pedro Rocha Franco e Landercy Hemerson)

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