postado em 18/07/2014 23:45
Movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos fizeram hoje (18) um ato na Câmara dos Vereadores da capital paulista contra a repressão das manifestações e a restrição das liberdades democráticas. Eles também protestaram contra a demissão de trabalhadores que fizeram greve neste ano, como os metroviários de São Paulo e os empregados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).;Hoje, a gente tem preso político no país. Isso é a primeira coisa que a gente tem de refletir. A redemocratização já foi superada, agora estamos em democracia. Só que em razão das violações perpetradas pelo Estado, crimes que o Estado comete, eu não posso dizer que nós já orbitamos essa dimensão;, disse o advogado Daniel Biral, membro do grupo Advogados Ativistas, que já foi preso em uma manifestação por pedir a identificação de um policial. Ele acusa a Polícia Militar de tê-lo agredido e ameaçado.
Entre as reivindicações dos participantes do ato, estão a libertação imediata de todos que eles consideram presos políticos, à revelia do entendimento da Justiça. Os participantes acham que são presos políticos; a Justiça não. Eles querem também o encerramento dos inquéritos policiais de investigação dos manifestantes, além da garantia ao direito de manifestação.
;Eu tenho consciência de que meu filho tem participado de vários movimentos sociais, de várias manifestações, todas de maneira pacífica. Ele não é líder de nenhum movimento. E volto a afirmar que se manifestar não é crime, é um direito de todo indivíduo;, disse Helena Harano, mãe de Fábio Hideki Harano, aluno e funcionário da Universidade de São Paulo (USP), preso há 27 dias em uma manifestação, acusado de ser um líder do movimento Black Bloc.
Segundo o sindicalista Marcelo Pablito Santos, do Sindicato dos Trabalhadores da USP, a greve na instituição, que hoje completa 53 dias, deve continuar até a liberdade de Harano. ;Na nossa greve colocamos como ponto fundamental a libertação do nosso companheiro Fábio Hidek. Já aprovamos no comando de greve: se a reitoria não abrir negociação e não houver libertação, vamos continuar a paralisação na universidade;, disse.
Entre os movimentos que participaram do ato estão os Advogados Ativistas, o coletivo Por Que o Senhor Atirou em Mim?, o Comitê Estadual de Luta contra a Repressão e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.