Brasil

Censo contabiliza 3 mil empreendimentos no Complexo da Maré, no Rio

Em média, os estabelecimentos empregam 2,94 pessoas e 76% dos trabalhadores moram na própria Maré

postado em 23/07/2014 12:59
Cerca de 3 mil empreendimentos, a maioria informais, empregam 9 mil pessoas no Complexo da Maré, contabilizou o primeiro censo econômico realizado na região, que tem 16 favelas e 130 mil moradores. A pesquisa será divulgada nesta quinta-feira (24/7) no 1; Seminário de Empreendedores da Maré, pelas organizações não governamentais (ONGs) Redes Maré e Observatório das Favelas.

O evento acontecerá dentro do próprio complexo, às 17h30, no Centro de Artes da Maré, e vai apresentar aos empreendedores o perfil de seus negócios, para discutir as possibilidades de organização e atendimento das necessidades.

[SAIBAMAIS]"A pesquisa mostra a possibilidade de gerar oportunidades para quem mora aí dentro. Mostra que a Maré tem uma economia potente, que emprega mão de obra local, atende clientes locais e tem até fornecedores locais", analisou o geógrafo Dalcio Gonçalves, que trabalha na ONG Observatório de Favelas e foi um dos coordenadores da pesquisa.


O estudo considerou como empreendimentos barracas fixas, lojas e residências em que havia anúncio de prestação de serviços na fachada. Serviços ilícitos, como a venda de pirataria, foram excluídos. Os bares e restaurantes foram os estabelecimentos mais frequentes na pesquisa, seguidos pelo seguimento de estética, com salões de beleza e barbearias, e de vestuário.



"Sem dúvida, um território em favela, o espaço público é bastante utilizado pelas pessoas. O ambiente de convivência é muito intenso. Os bares, por exemplo, são pontos privilegiados para estes encontros. Eles materializam bastante isto. E não há dúvida de que esta ambiência dos espaços públicos, também estimula os cuidados com a aparência", explica o geógrafo, que também menciona a falta de equipamentos culturais, como cinemas e teatros, como um reforço a essa dominância dos bares.

O censo também identificou que uma das necessidades desses comerciantes é o acesso a serviços bancários, como crédito. A ausência de agências bancárias no complexo e a falta de informação sobre instrumentos financeiros estão entre os motivos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação