postado em 24/07/2014 02:05

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Ainda que tímido, o crescimento foi bem avaliado por especialistas do Pnud, que destacam o Brasil como um dos 18 países, entre os 102 que têm alto ou muito alto IDH, que conseguiram melhorar no ranking. Eles atribuem o crescimento constante a ações políticas, como o investimento em programas sociais, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a busca pela estabilidade econômica e a expansão do acesso a universidades.
O coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Jorge Chediek avalia que o desafio do Brasil e de outros países é consolidar os avanços. "Queremos sociedades que não só progridem, mas que mantenham esse progresso. A vulnerabilidade é o processo que destrói ou limita oportunidades", diz.
Como manter o progresso humano em todo o mundo é o tema do relatório do Pnud, que pede atenção às vulnerabilidades da sociedade. Para Chediek, é preciso colocar a resiliência como fator central de compromisso. "Deve-se eliminar a pobreza e também garantir que a pessoa não vai voltar à pobreza", disse.
[SAIBAMAIS]
Um dos destaques do relatório é a posição do Brasil como país que tem diminuído o índice de desemprego nos últimos anos e também de empregos informais. Nesse aspecto, o país vai contracorrente, já que a maioria dos identificados no relatório tem um aumento de desemprego e de emprego informal.
Para o sociólogo e professor da Universidade de Brasília Marcelo Medeiros a ascensão de pessoas ao emprego formal é muito positiva. "Porque ela assegura garantias sociais, seguro desemprego, previdência e é uma boa proteção contra a discriminação", avalia.
Medeiros diz que há uma mudança geral no comportamento do mercado de trabalho de diminuição relativa nos salários mais altos e aumento nos mais baixos. "Em parte, isso ocorre por causa do aumento do salário mínimo, o que influencia as remunerações e a previdência social. Também houve um pequeno aumento no repasse do Bolsa Família, que já não tem mais o impacto de mudança que tinha antigamente, mas ainda assim traz uma pequena redução para a desigualdade."