Diário de Pernambuco
postado em 24/07/2014 12:35
A movimentação no velório de Ariano Suassuna se intensificou no fim da manhã desta quinta-feira. Como o interior do Palácio do Campo das Princesas - onde ocorre a cerimônia fúnebre - é pequeno, muitas pessoas se aglomeram no lado externo do local. Uma das filhas do escritor, Ana Rita conversou com a imprensa sobre o pai. "Ele era um sonhador, esperançoso, defensor do Brasil. Vocês não tem a dimensão de pai, marido, avô, da criatura humana que ele era. Para o povo, ele deixou o legado de preservar a nossa cultura. Ele faz uma passagem bonita. O céu está em festa", falou.
[SAIBAMAIS]Ana completou que, na semana passada, o pai fez duas aulas-espetáculo. Segundo ela, estava muito feliz e realizado. "A Caetana chegou, mas ele está aqui com a gente", concluiu, em alusão à personagem feminina presente em vários textos, usada como referência à morte. Os compositores Claudionor Germano e Santanna passaram pelo local. Em entrevista à imprensa, Claudionor destacou a "inteligência, o jeito palhaço e o tipo de homens das letras que ele era".
O escritor José Paulo Cavalcanti também compareceu à despedida. Relembrou histórias e uma definição feita por um jornalista sobre Ariano. "Ele o definiu como o ;Tolstói brasileiro;. Uma vez, eu disse pra Ariano. Você é muito esperto porque você criou uma entidade mítica, defensor de um Brasil popular e profundo. A sua grande esperteza foi que você deu a esse personagem fictício o nome de Ariano Suassuna. O homem Ariano é completamente diferente do mito. Ariano respondeu: ;isso é verdade. E você foi o primeiro que percebeu;", declarou.