Brasil

Mãe confessa morte de menino encontrado dentro de sofá em MG

O pai da criança contou, ao deixar a delegacia, que a mulher disse que ficou nervosa e arremessou o filho contra a parede

Andréa Silva, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 28/07/2014 18:56
Em depoimento prestado ao delegado David Batista na Delegacia de Ibirité, na Grande BH, a mãe do garoto Keven Gomes Sobral, de 2 anos, encontrado morto dentro de um sofá, confessou o crime. A informação foi confirmada pelo pai da criança no fim da tarde desta segunda-feira. A mulher contou que ficou nervosa com o menino porque ele estava mexendo no celular.

Marília Cristiane já tinha sido ouvida na manhã desta segunda-feira, mas acabou chamada novamente para prestar esclarecimentos por causa de contradições. Nesta tarde, o pai da criança, Cláudio Ribeiro Sobral, de 31, deixou a delegacia e teve que ser amparado por parentes. Ele contou que a mulher confessou o crime. Em depoimento, segundo Cláudio, ela disse que ficou nervosa porque seu filho estava mexendo no celular sem a permissão dela. Por causa disso, o arremessou contra a parede. Keven Sobral teve traumatismo craniano e morreu.

O menino morava com os pais Marília e Cláudio em um terreno onde há outras duas casas de aluguel, na Rua Doutor Paulo Souza Lima. Em uma das outras residências, moram os tios do menor, Ailton e Lucimeire. Quando notou que a criança já estava morta, a mulher enrolou o corpo em um lençol e foi até a residência vizinha. Ela tinha as chaves da porta. Lá, cortou o forro do sofá, colocou o filho dentro e depois ainda tentou colar o pano.

[SAIBAMAIS]

Investigações

No dia 24, por volta das 16h, Marília chamou a polícia, dizendo que o filho havia desaparecido de casa. Ela contou que estava lavando roupas enquanto o menino dormia. Quando Keven acordou, a mãe o alimentou e o deixou brincando no quarto para continuar o serviço doméstico. A mulher estranhou o silêncio da criança e, quando foi vê-lo no quarto, não o encontrou. A porta da sala, que dá saída para o lote, antes trancada, estava aberta.

A mãe disse aos policiais que procurou pelo garoto por todo o terreno, inclusive em uma das casas alugadas, porém não o encontrou. O único lugar que não pôde ser revistado por Marília foi a casa do cunhado Ailton, que estava viajando. No dia seguinte, em andamento aos trabalhos policiais, o Corpo de Bombeiros foi até a residência trancada, arrombou a porta e procurou por Keven. Os militares nada encontraram. O dono do imóvel, José Sebastião, acompanhou os trabalhos e providenciou a troca da chave da porta arrombada naquele dia. Por esse motivo, os inquilinos não teriam como entrar em casa quando voltassem de viagem.

No dia 27, angustiada com o sumiço do filho, Marilia foi até a Delegacia de Desaparecidos de Belo Horizonte para buscar panfletos impressos com a foto do menino. Os investigadores já estavam envolvidos na procura e prepararam o material para a mãe. Quando retornou, muito abalada, ela passou pelo Hospital Municipal de Ibirité para tomar uma medicação, porque não estava se sentido bem. Em seguida, voltou para casa.

Por volta de 22h, a mãe dormia com o companheiro Cláudio, quando foram acordados por Ailton e Lucimeire, que haviam chegado de viagem naquele momento e encontrado a fechadura trocada. Ailton teve a ideia de arrombar uma outra porta dos fundos para entrar em casa sem precisar chamar o dono José Sebastião, àquela hora da noite. Ailton e a mulhar estavam ansiosos para guardar as malas da viagem.

Quando entraram na residência, foram surpreendidos por um cheiro estranho e uma poça de sangue perto do sofá. Quando arrastaram o móvel, viram o corpo do sobrinho. O estofado estava rasgado, conforme consta no boletim de ocorrência. Eles chamaram Marília e Cláudio para reconhecer as roupas do garoto. A polícia foi acionada para os trabalhos de perícia. O dono do imóvel, José Sebastião, esteve no local quando viu as viaturas policiais.

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