Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial
postado em 21/08/2014 22:28
Foi transferido para Penitenciária de Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) o empresário Antonio Eustaquio Rodrigues, de 66 anos, considerado o maior produtor de cachaça artesanal do país, que está preso preventivamente pela suspeita de crimes sexuais e tentativa de homicídio contra adolescentes, em Salinas (Norte de Minas). O ;rei da cachaça; estava recolhido na cadeia pública de Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha) desde 12 de agosto, quando foi preso no escritório de sua empresa, em Salinas.A defesa de Antonio Rodrigues alegou que o empresário apresenta quadro de hipertensão e precisa de acompanhamento médico ou ser transferido para um hospital. Ele foi transferido para Teófilo Otoni devido à falta de estrutura da cadeia pública de Pedra Azul, que, segundo um dos advogados que defendem o empresário, ;não existe médico;.
Dois adolescentes ; uma menina de 15 e um garoto de 14 ; prestaram depoimentos ao Ministério Publico Estadual e à Polícia de Salinas, alegando que Antonio Rodrigues os convidou para ir ate fazenda dele, no município, onde teria acontecido contato sexual com os menores. A defesa de Rodrigues nega a acusação e argumenta que mesmo que o encontro tenha ocorrido, o fato não configura crime de estupro de vulnerável ou pedofilia, porque os dois adolescentes têm mais de 14 anos. A defesa também lembra que, pela mesma razão, o próprio Ministério Publico pediu a o arquivamento da denúncia pelo crime de estupro vulnerável ;Não há que se falar em estupro de vulnerável (....) porque as vítimas são maiores de 14 anos (...);, diz o parecer do MPE.
Por outro, Rodrigues teve a prisão preventiva decretada porque também pesa contra ele a suspeita de tentativa de homicídio, baseada em um vídeo. Mas a defesa também alega que não há evidência de tentativa de homicídio na filmagem. A investigação começou há cinco meses, após o encaminhamento de denúncias anônimas ao Conselho Tutelar das Crianças e dos Adolescentes do Município e ao Ministério Público Estadual. Na semana passada, o delegado de Salinas, José Eduardo dos Santos, informou que, após a prisão de Antonio Rodrigues, surgiram novas denúncias contra o empresário, feitas de forma anônima que ainda serão investigadas. Ontem, a reportagem tentou falar com o delegado, mas na delegacia a informação fornecida foi que ele estava de ;folga;.
Ontem, o advogado e juiz aposentado Fredecido Espírito Santo Araújo, constituído para defender ;rei da cachaça; , disse que não sabia se iria continuar com a causa, tendo em vista que ;teve informações; de que a família do empresário estaria contratando outro advogado em Belo Horizonte. Espírito Santo havia impetrado na Justiça da Primeira Instância o pedido de a revogação da prisão preventiva ou a aplicação de medida cautelar de restrição de liberdade (como prisão domiciliar). Até ontem à tarde, a decisão do juiz não tinha sido divulgada. Mas, a reportagem obteve a informação de que o pedido de revogação da prisão foi negado.