postado em 22/08/2014 07:43
Pelo menos cinco pessoas são consideradas suspeitas de facilitarem ou serem cúmplices da fuga de Roger Abdelmassih, 70 anos, para o Paraguai e devem ser indiciadas pelo Ministério Público de São Paulo. Faz parte da lista a mulher dele, Larissa Sacco, 37 anos. Ontem, a Interpol emitiu alerta para que países parceiros investiguem o paradeiro da ex-procuradora da República, desaparecida desde a prisão do marido, na última terça-feira, em Assunção. Condenado a 278 anos de prisão em 2010, Abdelmassih é acusado de 56 estupros contra 39 mulheres. Ele foi detido na capital paraguaia e passou as últimas duas noites no Presídio de Tremembé (SP), em uma cela isolada.
[SAIBAMAIS]A repercussão da prisão de Abdelmassih, na última terça-feira, mobilizou novas vítimas a relatarem outros casos. A Delegacia de Defesa da Mulher em São Paulo recebeu três ligações e uma declaração efetiva de uma mulher que diz ter sido abusada pelo menos duas vezes pelo médico enquanto estava sedada. Ela fez três tentativas de engravidar, sendo a última em 2001. ;Ela desconfiou quando acordou da sedação e viu o médico em cima dela;, conta a delegada Celi Paulino. Com esta, sobe de 26 para 27 o número de denúncias de estupro que constam em outro inquérito movido contra o homem que já foi considerado o ;papa da reprodução assistida no Brasil;.
De acordo com o promotor do Ministério Público de São Paulo Luiz Henrique Dal Poz, o desafio agora é desmontar a rede que possibilitou a fuga e a permanência de Abdelmassih no Paraguai. Para Dal Poz, o suporte financeiro do ex-médico vinha do Brasil. ;Já (o suporte) do anonimato, da clandestinidade, pode ter alguém no Paraguai envolvido;, acredita. Na quarta-feira, o ministro antidrogas do país vizinho, Luis Alberto Rojas, afirmou que o ex-médico tem contatos influentes, desde políticos, policiais corruptos até dirigentes de futebol.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.