Brasil

Briga de facções é uma das hipóteses de motim em penitenciária de Cascavel

Pelo menos quatro pessoas morreram e quatro ficaram feridas durante rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná

Daniela Garcia
postado em 26/08/2014 09:40
Quatro pessoas morreram na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná, durante uma rebelião que teve início na manhã de ontem. Dois detentos foram decapitados e os outros dois, jogados do telhado do prédio. De acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), mais quatro presos estão feridos ;- três precisaram ser levados para o hospital. A ação também fez dois agentes penitenciários e seis presos reféns. A Polícia Militar cercou o presídio. As negociações foram suspensas às 20h15 de ontem. Representantes do governo do estado e da Vara de Execução Penal devem retomar hoje, a partir das 7h, as conversas para tentar encerrar o motim. Até o fechamento desta edição, o clima continuava tenso no local.

[SAIBAMAIS]Uma comisão formada pela secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uillie Gomes; pelo diretor do Depen, Cezinando Paredes; pelo comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Cícero Tenório; e pelo Juiz da Vara de Execuções penais, Paulo Damas, está à frente das negociações. Segundo o Depen, os detentos pedem relaxamento nas visitas, mais diálogo com a direção da unidade e melhoria na qualidade das refeições. Mas a pauta de reivindicações ainda não estava clara até o início da noite de ontem. Também existia a suspeita de que uma briga de facções teria motivado o movimento.

De acordo com a PM, o motim teve início por volta das 6h, quando os agentes penitenciários se preparavam para servir o café da manhã. A penitenciária abriga 1.040 detentos ; capacidade é 1.182. Do total, pelo menos 600 teriam aderido ao movimento. O advogado dos agentes penitenciários, Jairo Ferreira, disse que a rebelião teve início no momento em que um servia o café da manhã aos detentos. O trinco da grade estava serrado, o que permitiu aos presos puxarem o agente para dentro e darem início à rebelião. Ainda segundo o advogado, apenas 10 servidores estavam de plantão no presídio.



A água e a luz foram cortadas na penitenciária no início da tarde. Os presos se concentraram no telhado do prédio. Eles destruíram parte da estrutura do prédio e atearam fogo em colchões que levaram para o teto. A maior parte deles cobria o rosto com camisas brancas. Uma bandeira do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi exibida. A sigla é referente a uma facção criminosa organizada de São Paulo, que se espalhou por vários presídios do país. Esta é a primeira rebelião desde a inauguração da unidade prisional, em 2007.
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