Brasil

Estiagem agrava incêndio em favela na zona sul de São Paulo

Moradores da comunidade destruída pelas chamas no domingo relatam que os bombeiros tiveram dificuldade em conter o fogo por causa de um hidrante sem água. Autoridades negam que o aparelho influenciou

postado em 09/09/2014 06:05

Sistema Cantareira: reserva chegou ontem novamente ao índice de 10,1% do armazenamento

São Paulo ; A falta de água em São Paulo prejudicou as ações do Corpo de Bombeiros durante o incêndio que destruiu integralmente a favela Buraco Quente, em Campo Belo, Zona Sul da capital paulista e desalojou cerca de 600 famílias. Um hidrante localizado próximo à comunidade, na rua Cristovão Pereira, não funcionou. De acordo com relatos de moradores, os primeiros carros dos bombeiros chegaram ao local vazios. O fogo começou às 21h de domingo e só foi contido no início da madrugada de ontem. A prefeitura e o governo do Estado negaram a falta de água no local.



A destruição na Buraco Quente trouxe à tona um problema recorrente em São Paulo. De acordo com os bombeiros, neste ano, a capital registrou 50 incêndios em favelas e comunidades carentes até 31 de junho. Em 2013, foram 65 ocorrências, contra 68 em 2012. Desta vez, o fogo tomou proporções ainda maiores devido à estiagem. Como o hidrante mais próximo da favela não funcionou, os militares foram obrigados a buscar outra solução e a utilizar a água da reserva técnica das caixas d;água de prédios na região. No discurso oficial, no entanto, a falta de água foi minimizada. Segundo o Corpo dos Bombeiros, o hidrante estava com ;problemas de registro;.

[SAIBAMAIS]O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que o estado enfrente grave estiagem, apesar do volume do Sistema Cantareira atingir alarmantes 10,1% de armazenamento (leia mais abaixo) e de moradores da Buraco Quente denunciarem problemas diários de abastecimento. ;Não temos falta de água em São Paulo. Não existe falta de água nem racionamento;, garantiu o tucano ontem. O coronel Sérgio Moretti, comandante do 1; Grupamento dos Bombeiros, também sustentou que a seca não prejudicou a contenção do incêndio. ;Em hipótese alguma a falta d;água atrapalhou. Recorremos a outros hidrantes e contamos com o auxílio de prédios próximos;, disse Moretti. O Corpo de Bombeiros rebateu as críticas sobre a demora na contenção das chamas. Em nota, a corporação relatou que foram usadas 36 viaturas abastecidas com 239 mil litros de água, além de 96 homens.

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