Brasil

Matriculas nas faculdades privadas é 2,5 vezes maior que na rede pública

Pela primeira vez, em 10 anos, houve queda na quantidade de formandos no país

Daniela Garcia
postado em 10/09/2014 06:01
Thaíssa dos Santos se encaixa no perfil do universitário brasileiro: 
21 anos, mulher e estuda à noite em uma instituição privada

O Censo da Educação Superior divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC) indica que a expansão do ensino superior privado acontece em ritmo mais acelerado do que no público. O crescimento na quantidade de matrículas em 2013 foi proporcionalmente 2,5 vezes maior na rede privada do que nas instituições públicas em relação a 2012. Mais de 7,3 milhões de alunos fizeram inscrição em toda a graduação no ano passado. Nas instituições particulares, foram 5,3 milhões, enquanto nas públicas, 1,9 milhão. Em 2013, o número de matrículas no setor aumentou em 4,5% e o sistema público cresceu 1,8%. No Distrito Federal, para cada um aluno em faculdades públicas, há mais de quatro em particulares. A capital é a segunda do ranking, perdendo apenas para o estado de São Paulo, que apresenta uma proporção maior que 5,30.

[SAIBAMAIS]Thaíssa dos Santos é um exemplo de quem optou pelo ensino privado. Ela é o retrato do universitário brasileiro. Aos 21 anos, estuda Sistemas de Informação em uma faculdade privada à noite. A paranaense admite que sua queda era pela medicina-veterinária, mas a falta de opções de graduação na área no Distrito Federal e o olho no mercado de trabalho fizeram com que ela mudasse de ideia. ;Procurei esse curso por perceber que há boas oportunidades de emprego. Cheguei crua na aula, não sabia nada;, conta. No 8; e último semestre, ela garante que aprendeu a desvendar os mistérios da formação marcada pela presença masculina. ;Só tem homem na minha turma;, diverte-se a estudante.



A expansão da rede privada é resultado da demanda por matrículas e dos incentivos do governo, na avaliação de Sólon Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. Ele destaca duas políticas específicas ; o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). ;São ações que foram aperfeiçoadas e, hoje, proporcionam maior inclusão ao jovem que não teria acesso ao ensino superior;, avalia. Entre os 2,7 milhões de alunos que entraram no passado em instituições de ensino superior, 80% deles fizeram um curso de graduação pela rede privada, segundo o censo 2013.

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