postado em 12/09/2014 14:25
A presidente Dilma Rousseff, que tenta se reeleger pelo PT, voltou a dizer nesta sexta-feira, 12, que não sabia de nenhum esquema de corrupção na Petrobras. Ela afirmou também que demitiu o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso por susposto envolvimento de desvio de recursos, por falta de afinidade."Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Não deixei ele lá. Eu tirei com 1 ano e 4 meses. Primeiro, eu não sabia o que ele estava fazendo. Ele não era uma pessoa da minha confiança. Não é nem confiança, não tinha afinidade", disse, em entrevista ao jornal "O Globo" nesta manhã.[SAIBAMAIS]
O ex-diretor foi preso pela Polícia Federal em março, na operação Lava Jato, que investiga lavagem de dinheiro em todo o país. Ele foi diretor da estatal entre 2004 e 2012. Costa revelou uma lista de nomes de políticos supostamente envolvidos com o escândalo, como parte do processo de delação premiada. Em troca das informações, ele poderá ter sua pena reduzida ou obter até mesmo um perdão judicial por seus crimes. O ex-diretor deve ser ouvido pela CPI da Petrobras do Congresso na próxima semana.
Apesar de ser funcionário de carreira da Petrobras, Costa foi indicado para a diretoria de Abastecimento pelo PP, partido da base aliada do governo. Segundo Dilma, em todos os partidos há gente corrupta, inclusive dentro do PT, mas que nem por isso o partido precisa ser "apedrejado". "Em todos os partidos tem gente corrupta, tem gente que não é corrupta. E os partidos têm seus compromissos históricos. O democrata tem o seu, o republicano americano representa sua trajetória de luta... Se tem equívocos, o meu partido, o PT, tem história de lutas, de militância. Tem pessoas que se equivocaram no PT, mas nem por isso apedreja-se o partido", disse.
Ainda ao responder sobre suspeitas de corrupção na Petrobras, Dilma afirmou que o governo dela investiga denúncias "a fundo". Ela também disse que a impressão de que aumentou a corrupção no país se deve ao fato de o atual governo investigar mais do que gestões anteriores. Para ela, o país não tem mais a figura do "engavetador-geral" de denúncias.