Brasil

Suspeito de matar jovem gay diz ter mantido relações sexuais com a vítima

A polícia de Inhumas (GO) prendeu ontem um rapaz de 20 anos que confessou ter assassinado João Antônio Donati em um terreno baldio da cidade. Crime causou comoção nas redes sociais, e protestos em todo o país pedem a criminalização da homofobia

postado em 13/09/2014 06:01
O suspeito do homicídio do jovem João Antônio Donati, 18 anos, foi preso na tarde de ontem em uma ação conjunta entre as polícias Civil e Militar. O rapaz tem 20 anos e foi detido em uma fazenda, onde trabalhava em uma plantação de tomates. Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia de Inhumas (GO) e ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo. Durante depoimento, ele confessou o crime.

[SAIBAMAIS]Os investigadores chegaram ao suspeito após encontrarem o documento de identidade dele próximo ao local do homicídio. Durante o depoimento, o autor confesso disse ter mantido relações sexuais com a vítima. ;Após a relação, os dois acabaram se desentendendo e entrando em luta corporal. Ele matou o João asfixiado, pegou o papel que estava em um lixo e colocou na boca dele, segundo ele, porque estava ;muito nervoso;;, contou o delegado. Apesar de ter afirmado já ter se relacionado com outros homens, o rapaz disse que não é gay e não conhecia a vítima.

João foi encontrado morto na manhã da última quarta-feira em um terreno da cidade, a 48km de Goiânia. O jovem era assumidamente homossexual e existe forte suspeita de que o crime tenha motivação homofóbica. Ele tinha sacos plásticos e papéis na boca. De acordo com o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), entregue na última quinta-feira à Polícia Civil, ele também apresentava várias marcas e hematomas pelo corpo. Isso indicaria que ele teria lutado com o agressor. O documento aponta também morte por asfixia e que não havia nenhuma fratura no corpo. Ele foi enterrado na tarde da última quinta-feira.

João Antônio trabalhava havia duas semanas em um bar a duas quadras da casa dele. A esposa do dono do estabelecimento, Graça Maria, conta que ele era um jovem querido por todos. ;Muito amável. Eu o conhecia há dois anos. Foi a maior covardia. Era como se tivesse 10 anos, um menino frágil, inocente;, lamentou. Ele e a família eram clientes do bar. A mãe de João é quem lava as roupas do estabelecimento. Na noite anterior ao desaparecimento, ele esteve no local. ;Meu marido estava encantado com a dedicação dele. Era muito pontual, educado com todo mundo, de total confiança. Ninguém consegue ainda acreditar no que aconteceu;, disse Graça.

A matéria completa para assinantes está aqui. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação