postado em 21/09/2014 06:45
Familiares de vítimas do regime cívico-militar e entidades representativas comemoraram o reconhecimento público do Ministério da Defesa ;da responsabilidade estatal pela ocorrência de graves violações de direitos humanos praticadas; durante a ditadura. Apesar disso, cobram mais comprometimento na busca pelas respostas dos crimes praticados pelo Estado brasileiro e empenho para apontar os responsáveis. Em ofício encaminhado à Comissão Nacional da Verdade na última sexta-feira, as Forças Armadas admitiram não ter provas ou elementos para negar as violações em instalações militares ; mas não as confirmaram. Os documentos são uma resposta a um pedido de esclarecimentos da CNV, enviado em 13 de agosto.Para a presidente do grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro, Victória Grabois, o reconhecimento era esperado havia anos. ;Era isso que queríamos ouvir. Teve tortura, teve ocultação de cadáver, desaparecimento de corpos;, disse. Apesar disso, ela define como ;apenas um passo;. ;É uma luta das famílias há mais de 30 anos.; Mais do que isso, ela pede por respostas. ;Uma proposta do grupo é a abertura de todos os arquivos da ditadura. No dia em que o Estado tiver coragem para fazer isso, não será mais necessária uma comissão da verdade. Estará tudo lá;, defende.
Mais crítico, Mateus Guimarães, sobrinho de Honestino Guimarães, líder estudantil de destaque no cenário de resistência do país e desaparecido em 10 de outubro de 1973, diz que ainda é muito pouco. ;Para mim, enquanto familiar de um desaparecido político, fico chateado, entristecido de constatar que nem mesmo o caso de João Goulart, um presidente da República, foi esclarecido;, lamenta o jovem de 28 anos.
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