Brasil

Má gestão dos recursos hídricos brasileiros agrava estiagem histórica

Após a nascente do Rio São Francisco secar, especialistas alertam para outros cursos d'água em perigo e destacam a necessidade de um melhor monitoramento dos recursos hídricos no país

postado em 25/09/2014 06:00
A nascente do Ribeirão Pipiripau, em Planaltina, é uma das ameaçadas: cabeceira do Rio Paraná
A nascente sem água do Rio São Francisco, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, acende um alerta sobre a necessidade de se monitorar e cuidar melhor dos recursos hídricos brasileiros. Castigados desde o ano passado por uma estiagem histórica ; que levou o Velho Chico a registrar a menor vazão dos últimos 83 anos ;, outros rios também têm tido dificuldades para correrem com a mesma intensidade. Além das condições climáticas, especialistas alertam para a deterioração cotidiana dos corpos d;água, mesmo em anos de muita chuva, pela ação do homem. Racionalizar o consumo, organizar a ocupação agrícola e urbana seriam passos necessários para garantir água abundante às futuras gerações.

[SAIBAMAIS];Essa é uma das centenas ou milhares de nascentes do São Francisco. O rio não secou, mas é uma luzinha amarela que se acende;, alerta Henrique Leite Chaves, professor do departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB). Chaves explica que o fenômeno das nascentes secas é mais comum no semiárido nordestino, mas que pode ser levado por uma longa estiagem a regiões menos áridas, como o Sudeste. ;Para sair de uma nascente, a água se infiltrou meses ou até anos antes. Quando se tem dois anos seguidos de seca, ou um ano muito seco, as nascentes vão diminuir ou secar;, explica. Consequência natural do secamento das nascentes, os rios também têm apresentado um menor fluxo ou vazão de água.


A Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou ontem um diagnóstico preocupante sobre o Velho Chico. A vazão média do rio em setembro de 2014 foi de 49 metros cúbicos por segundo (m;/s). O mínimo registrado, desde 1931, quando a medição começou a ser feita, era de 52 m;/s. A ANA atribui a situação à ;estiagem histórica e atípica enfrentada principalmente pela Região Sudeste do país;.

Já o Acompanhamento da estiagem na Região Sudeste do Brasil, publicado em julho pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com a ANA, traça um panorama igualmente crítico da seca no Sudeste. Em junho, 13 de 107 medições de vazão nas bacias dos rios Grande, São Francisco, Paranaíba, Jequitinhonha e Mucuri trouxeram resultados abaixo do menor valor até então registrado (em alguns casos mais de 60 anos de medições).

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