Brasil

Encontro no Rio de Janeiro debate psicanálise na juventude

Entre as questões abordadas estão a perda de entes queridos, os processos de subjetivação dos jovens e a medicalização diante dos transtornos na infância e na adolescência

postado em 02/10/2014 19:25
O Rio de Janeiro recebe na noite desta quinta-feira (2/10) e nesta sexta-feira (3/10) jornada de psicanálise na qual serão discutidos temas relacionados a crianças e adolescentes. Intitulado Riscos, Rabiscos e Construções, o evento reúne psicanalistas brasileiros e estrangeiros, além de estudantes universitários da área.

Coordenadora do evento e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise, a médica Ana Fabrosa explicou a importância da escolha de assuntos envolvendo os jovens para o encontro. ;Nosso objetivo é trocar experiências clínicas e teóricas a respeito desse grupo. As crianças e adolescentes requerem técnica diferente do adulto no alívio dos sofrimentos, traumas e angústias. Além disso, quanto mais cedo for possível interceder, maior a chance de compreensão dos problemas para poder seguir em frente e superá-los;, afirmou.

Também da coordenação do evento, a psicanalista Teresa Rocha trabalha a questão dos traumas em jovens de comunidades, e explicou que a desigualdade pode influenciar no comportamento desse grupo. ;Não é uma questão de causa e efeito, mas a exclusão social é potencializadora. A condição de invisibilidade social atua como importante fator traumático, que pode ser gerado a partir da infância, e causar falhas no desenvolvimento psíquico;, disse.



Teresa falou sobre a forma como a psicanálise pode ajudar no tratamento de crianças e adolescentes. ;Ajudamos os jovens a entrar em contato com sua subjetividade, a refletir a respeito dos seus problemas e, a partir daí, saber como enfrentar as suas próprias dificuldades;, disse ela, ressaltando que o trabalho não deve envolver somente a juventude, mas a todos. ;A ideia é que se trabalhe não só os jovens, mas todos que estão em volta dele, como os familiares e os educadores, para ajudar a encontrar alternativas que tragam alívio e bem-estar para o grupo;, ressaltou.

Outras questões a serem abordadas na jornada são a perda de entes queridos, os processos de subjetivação dos jovens e a medicalização diante dos transtornos na infância e na adolescência.

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