Brasil

Crime organizado leva terror ao Maranhão, Rio de Janeiro e Santa Catarina

Ataques preocupam autoridades a dois dias das eleições

postado em 03/10/2014 07:27
Em Santa Catarina, rodoviários suspenderam o transporte público à noite e coletivos rodam com escolta
Às vésperas da eleição, ações coordenadas de grupos criminosos em pelo menos três estados elevam a preocupação dos governos com a segurança. Ontem, no Rio de Janeiro, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, admitiu que pode haver uma predisposição eleitoral nos confrontos em áreas pacificadas. A permanência da Força Nacional no Maranhão, que registrou incêndios a ônibus nesta semana, foi aprovada por mais três meses. Em Santa Catarina, o número de ataques, iniciados no último dia 26, chegou a 52 ; a veículos coletivos, bases da polícia, carros particulares (veja quadro). A Polícia Civil do estado acredita que a ordem para a onda de violência partiu da penitenciária federal em Mossoró (RN), para onde foram transferidos, em 2013, 37 líderes de uma facção que age dentro do sistema carcerário catarinense.


[SAIBAMAIS];Todos os indícios levam a crer que a ordem partiu de Mossoró. Pode ter sido por carta ou até verbalmente. Os presos têm direito à visita íntima. Mesmo que antes e depois da visita se faça uma revista íntima minuciosa, o que hoje está sendo inclusive questionado, essa informação pode ser transmitida do da Polícia Civil. As investigações apontam que o recado, saído da penitenciária federal, chegou ao presídio de São Pedro de Alcântara (SC) e, de lá, para as ruas. No áudio, exibido pela imprensa catarinense, um homem pede um ;salve geral;, gíria para início dos ataques, ;nos quatro cantos do estado;. É provável, de acordo com perícias, que a gravação seja de duas semanas antes do início das ações.

Os principais motivos dos ataques seriam a repressão ao tráfico, que estaria diminuindo os lucros e afetando a ajuda oferecida aos membros da facção, inclusive com a contratação de advogados, e as condições ruins das penitenciárias. Apesar de as ordens terem partido do sistema carcerário federal, o delegado Procópio defende uma nova transferência para lá, conforme o governo de Santa Catarina já anunciou que solicitará. ;Tirar os representantes desses líderes, que estão recebendo as ordens deles aqui no estado, será uma medida positiva no momento;, diz.

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