postado em 03/10/2014 07:35
Apenas nos últimos 10 dias, o número de pessoas que contraíram a febre chikungunya dentro do Brasil saltou de 16 para 41 ; um aumento de 156%. Ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que os 33 casos confirmados em Feira de Santana (BA), a 100km de Salvador, já configuram uma epidemia da doença. Em 23 de setembro, a cidade tinha apenas 14 ocorrências confirmadas. ;Não tenho condições de dizer que não teremos mais casos de chikungunya no Brasil, porque temos a presença dos mosquitos e temos pessoas circulando;, admitiu Chiro, ressaltando que ainda não foram identificadas ocorrências graves de infecção pelo vírus. Incluindo os casos importados, 79 brasileiros já contraíram a doença.[FOTO1]A chikungunya pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito do vírus da dengue, e pelo Aedes albopictus. A febre também tem sintomas próximos, como dores nas articulações e manchas avermelhadas na pele. A dor provocada pela chikungunya é bem mais forte e pode se arrastar por meses ou anos, deixando sequelas. O vírus, no entanto, possui uma letalidade menor do que a das variações mais pesadas da dengue. Como a doença não tem cura ou vacina, a única forma de se proteger é evitar ser picado pelos mosquitos transmissores.
Prevenção
Ao todo, 79 casos da febre chikungunya já foram identificados no país, incluindo os de brasileiros infectados no exterior. As 38 ocorrências importadas estão distribuídas por 12 estados, com destaque para São Paulo (17), e foram contraídos por pessoas que viajaram para países como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Já os casos autóctones ; contraídos dentro do próprio país ; além de Feira de Santana, só foram registrados no Oiapoque (AP). Lá, os primeiros casos da febre em solo brasileiro foram identificados há cerca de três semanas, em um pai e uma filha. Hoje, oito pessoas já foram infectadas com o vírus na cidade do extremo Norte.
Segundo Chioro, o Ministério da Saúde tem um plano de controle e prevenção da doença pronto desde 2010, esperando pela chegada da doença ao Brasil. ;Cinquenta e cinco países tiveram transmissão. Nós sabíamos que mais cedo ou mais tarde teríamos os primeiros casos, porque hoje há uma circulação internacional muito grande. Era uma questão de tempo;, observou o ministro. O plano inclui ações dos governos federais, estaduais e municipais. A população também pode ajudar, adotando medidas de eliminação dos criadouros dos mosquitos, como evitar o acúmulo de água.
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