Brasil

Canabidiol poderá ser receitado por médicos de São Paulo

Feito com um dos princípios ativos da Cannabis sativa, o canabidiol é usado como medicamento para epilepsia

Roberta Machado
postado em 10/10/2014 06:03

Katiele Fischer, com a filha, que sofre com uma síndrome rara, reivindica o direito de usar o canabidiol: crises de epilepsia desapareceram com a substância

Usados como medicamento e suplemento alimentar em diversos países, produtos à base de canabidiol (CBD), um dos cerca de 80 princípios ativos da maconha, poderão ser receitados por médicos com registro profissional paulista. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) publicou ontem uma resolução que regulamenta a prescrição da substância presente na Cannabis sativa, que consta na lista de proibidas no país. O CBD poderá ser prescrito a bebês e crianças em casos de epilepsia refratária quando os medicamentos convencionais, registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não funcionam mais.

O CBD pode contribuir para reduzir o número de convulsões em casos de epilepsias de difícil controle. A saga para conseguir o composto é tema de um documentário que estreou esta semana e que mostra a trajetória de Katiele Fischer, 34 anos, para trazer o canabidiol ao Brasil a fim de tratar a filha Anny, de 6 anos, que sofre de uma síndrome rara cujo sintoma é a epilepsia. Segundo ela, as convulsões da filha reduziram de 60 por semana a zero depois do uso da substância. O CBD pode ser importado por meio de uma autorização especial da Anvisa que requer, entre outros documentos, uma prescrição médica.

Uma das dificuldades relatadas por famílias que precisam do produto no filme, entretanto, é a de conseguir a receita e o termo de responsabilidade assinado pelo profissional, porque médicos ficam receosos de sofrer sanções por se tratar de uma substância proibida no Brasil. O vice-presidente do Cremesp, Mauro Aranha, conta que se reuniu com conselheiros, pesquisadores e câmaras técnicas de neurologia e psiquiatria do conselho depois de participar de um congresso na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). ;As mães mostraram que estavam tendo muita dificuldade de importar, porque os próprios pediatras e neurologistas tinham medo de receitar, embora a Anvisa autorizasse a importação de excepcionalidade a partir de uma receita médica.;

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