Brasil

Ministério descarta isolar quem teve contato com paciente suspeito de ebola

"A equipe conseguiu dialogar bastante com ele no hospital e ele confirma que na Guiné não teve contato com casos nem com óbitos de pacientes que tiveram ebola", afirmou o ministro da Saúde, em entrevista coletiva

postado em 10/10/2014 18:51
O ministro da Saúde Arthur Chioro informou nesta sexta-feira (10/10) que Souleymane Bah, o homem de 47 anos vindo da Guiné - considerado o primeiro caso suspeito de ebola no país -, encontra-se estável, sem febre ou outra queixa. De acordo com o Ministério da Saúde, não há a necessidade de isolar as pessoas que tiveram contato com o homem suspeito de ter contraído ebola. Segundo as autoridades sanitárias, a interação que houve não permitiria qualquer infecção por ebola.

[SAIBAMAIS]"A equipe conseguiu dialogar bastante com ele no hospital e ele confirma que no país africano não teve contato com casos nem com óbitos de pacientes que tiveram ebola. Quando saiu do aeroporto, foi entrevistado pelas autoridades sanitárias e não teve problemas para deixar o país", completou. Bah está internado no Instituto de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro.

O ministro divulgou ainda uma nova ajuda humanitária do governo brasileiro aos países com surto da doença - Guiné, Libéria e Serra Leoa. "Estamos remetendo mais 10 kits, que têm potencial para atender a 500 pessoas durante três meses. Eles são formados por 48 itens, como medicamentos e equipamentos, como luvas e gorros." Além disso, serão enviadas mais de 6,4 mil toneladas de arroz e 4,6 mil toneladas de feijão a essas nações.

Resultado em 24 horas

Segundo o ministério, a coleta do material do exame foi feita no Rio e a amostra de sangue encaminhada ao Instituto Evandro Chagas, no Pará - referência para esse tipo de caso. O resultado do teste sai em até 24 horas. O paciente também foi testado para malária, mas o resultado deu negativo. Foram identificadas 64 pessoas que entraram em contato com Souleymane Bah.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse, no entanto, que a chance de eles estarem infectados, caso seja confirmado que se trata de um caso de ebola, não é alta. ;São todos considerados de baixo risco porque o paciente não vomitou ou teve diarreia. Portanto não houve contato com esses fluídos, não há risco de transmissão;, afirmou. O ebola não é transmitido pelo ar, mas pelo contato com fezes ou fluidos corporais da pessoa infectada. Apenas três pessoas tiveram contato direto com o paciente; justamente os profissionais de saúde na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Cascável (PR).

O homem veio da Guiné, em um voo com escala em Marrocos, e chegou ao Brasil em 19 de setembro, pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou não saber qual foi o trajeto percorrido pelo homem até chegar a Cascavel. Mesmo assim, o secretario disse que a informação não é relevante do ponto de vista sanitário, porque Bah não apresentava sintomas da doença no período do deslocamento, e o ebola só é transmitido quando a enfermidade se manifesta. Aos profissionais do Centro de Saúde, o homem relatou presença de sintomas na quarta-feira e na quinta-feira, mas no momento do atendimento, ele já não apresentava febre.

O homem foi transferido por volta de 3h desta sexta-feira para o hospital Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, um dos centros de saúde referência para tratar de casos da doença no Brasil. Uma médica e uma enfermeira acompanharam o paciente até o avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A transferência foi feita com uma série de medidas parte de um protocolo internacional. Toda a equipe que transportou o paciente, inclusive as pessoas que estavam dentro da ambulância que o levou até o avião, estava paramentada com roupas especiais. A ambulância foi escoltada por carros da Polícia Militar. O avião decolou por volta de 5h.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que recebeu o paciente em Cascável, no Paraná, foi interditada e várias pessoas isoladas no local na noite de ontem. A UPA e as pessoas que estavam no local foram liberadas.

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