Brasil

Países vizinhos reforçam vigilância na fronteira contra o ebola

O Peru informou que iria reforçar um programa de prevenção de saúde, que inclui uma simulação de tratamento

postado em 11/10/2014 08:01
UPA de Cascavel que recebeu o paciente africano: depois de ficar isolada, unidade voltou a funcionar normalmente ontem à tarde

A suspeita de que o africano Souleymane Bah, 47 anos, vindo da Guiné, seja o primeiro caso de ebola no Brasil provocou um alerta nos países da América do Sul. Os governos do Peru, Uruguai, Argentina e Paraguai adotaram medidas tanto para reforçar o controle em portos e aeroportos quanto na organização de planos de prevenção e tratamento. As autoridades estão se comunicando com o governo brasileiro para saber detalhes do estado de saúde do paciente.

A ministra de Saúde Pública do Uruguai, Susana Muñiz, disse que entrou em contato com autoridades brasileiras para tomar conhecimento sobre a situação do paciente. Questionada sobre como Montevidéu lidaria com a questão, Susana respondeu que a pasta vai se reunir na próxima semana com as direções técnicas dos prestadores de saúde para capacitar profissionais sobre o procedimento a ser seguido. ;Temos que nos acostumar com a ideia de que vão aparecer novos casos suspeitos, porque isso mostra que as equipes de saúde estão buscando ativamente esses casos de ebola;, declarou.

Susana acrescentou que também foram reforçados os controles em portos e aeroportos para detectar casos de possível contágio. ;Tem a ver com perguntar aos viajantes onde estiveram nos últimos 20 dias, se vêm de zonas epidêmicas, perguntaremos se estiveram em contato com algum paciente, com algum cadáver e também se tiveram febre ou algum sintoma;, explicou a ministra. Em caso de suspeitas, o paciente será monitorado durante 21 dias.

Susana Muñiz disse que o governo uruguaio está analisando o que foi feito nos outros países, que receberam pessoas com a doença. ;Os Estados Unidos se equivocaram nos procedimentos, o que nos obriga a aprender e corrigir;, disse. A morte do libanês Thomas Duncan, nos EUA, no mês passado, provocou uma discussão sobre o quanto o país está preparado para evitar uma epidemia. Duncan foi a primeira pessoa a desenvolver os sintomas do vírus fora da África. Ele chegou ao Texas, para onde viajou para visitar a família, em 20 de setembro. Começou a se sentir doente quatro dias depois, mas não foi hospitalizado até o dia 28 daquele mês.

Simulação
O governo do Peru informou ontem que iria reforçar um programa de prevenção de saúde, que inclui uma simulação de tratamento, após o anúncio de um caso suspeito no Brasil. O plano prevê um aumento dos sistemas de vigilância epidemiológica nos aeroportos e das equipes de saúde de resposta imediata para a detecção e o atendimento de possíveis casos. ;O que vem agora são simulações. O país está se preparando com mecanismos de vigilância e prevenção;, afirmou o vice-ministro da Saúde, Aníbal Velásquez. O Peru declarou, desde agosto, o alerta epidemiológico pelo ebola e implementou no aeroporto internacional de Lima, o principal do país, um serviço de informação sobre os riscos da doença dirigido aos que viajam à Africa ou chegam ao Peru procedentes deste continente.

O Ministério da Saúde argentino afirmou ontem que o país está em alerta por causa do vírus e informou que ;foram tomados distintos mecanismos de alerta para a detecção de casos;. Já de acordo com o Ministério da Saúde paraguaio, o país está em alerta permanente diante da suspeita no Brasil. Caso seja confirmado que o paciente realmente contraiu o vírus do ebola, será montado um controle mais rígido do que o que foi realizado até o momento.

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