postado em 11/10/2014 14:26
A procissão do Círio de Nazaré reúne romeiros há 222 anos. Eles vêm do interior do Pará, de outras regiões do Brasil e até do exterior pagar as promessas que fizeram à Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira do Pará e considerada Rainha da Amazônia.
A devoção a uma pequena imagem da Virgem Maria começou em 1792, quando um caboclo chamado Plácido achou a santa dentro de um Igarapé. Ele levou a imagem para sua casa e ela teria voltado sozinha ao mesmo Igarapé. O fato, segundo a história, repetiu-se por vários dias.
Hoje, a santa atrai mais de 2 milhões de fiéis para as ruas de Belém (PA), sempre no segundo domingo de outubro. É uma das maiores procissões católicas do mundo. Nessa sexta-feira (10), teve início a série das 11 romarias da festividade. A imagem saiu da Basílica Santuário, em Belém, para os municípios de Marituba e Ananindeua, esse último distante 48 quilômetros da capital.
O bombeiro Cristiano de Jesus Silva, de 39 anos, acompanha as romarias há 30 anos, porém, ele começa um mês antes fazendo peregrinações pelas casas em bairros de Belém. ;Vinte anos atrás tive um grave acidente e quase perdi a mão. Pedi muito para Nossa Senhora de Nazaré para que não perdesse a mão, ela me atendeu e hoje estou curado;, diz Cristiano.
Um grupo de 75 amigos vieram andando do município de Castanhal, no interior do Pará, até Belém. A cidade de Castanhal é um dos principais pontos de partida dos romeiros em direção à capital. O grupo saiu na quarta-feira (8) e só chegou na sexta-feira pela manhã.
;Paramos um pouco só para comer, ninguém dormiu. É um sacrifício que a gente gosta de fazer pela Nossa Senhora;, explica Eliana Goés, empregada doméstica de 50 anos. Ela disse ter sofrido de reumatismo no sangue que a deixava toda inchada e sem conseguir andar. ;Eu pedi pra ela me curar e alcancei a graça. Não sinto dor e não sinto mais cansaço. É incrível isso, tem que ter muita fé;, conta Eliana após andar mais de 74 quilômetros até chegar a Belém.
Hoje, a imagem regressa de Ananindeua pela Romaria Rodoviária e, em seguida, pela Romaria Fluvial, onde cerca de 400 embarcações acompanham a imagem da santa. Ao chegar em Belém, a imagem segue na Romaria dos Motociclistas. No sábado à noite, tem a Romaria da Trasladação. Ela é feita à luz de velas e as ruas ficam especialmente iluminadas para receber a procissão.
Domingo ocorre a maior de todas as romarias. Mais de 2 milhões de pessoas seguem a Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas de Belém durante praticamente todo o dia.