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Ministra do Meio Ambiente vai acompanhar combate ao incêndio no Rio

A linha de fogo próxima à Cachoeira da Macumba, que atingiu 595 hectares, foi controlada na noite desta quinta-feira, mas o incêndio ainda não é considerado extinto

postado em 16/10/2014 23:57
A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, vai se reunir amanhã (17) à tarde, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, com a equipe da Operação Mata Atlântica que trabalha no combate ao fogo no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso). ;Nós vamos apresentar como está a situação e a partir daí definir os próximos passos do combate;, revelou em entrevista à Agência Brasil, o coordenador de emergências ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck. Ele veio ontem (16) de Brasília para comandar a Operação Mata Atlântica, com a integração de várias instituições no combate ao fogo.

[SAIBAMAIS]A linha de fogo próxima à Cachoeira da Macumba, que atingiu 595 hectares (um hectare equivale às medidas de um campo de futebol oficial), foi controlada na noite desta quinta-feira, mas o incêndio ainda não é considerado extinto. ;Ele está controlado, mas a gente não pode dizer ainda que foi extinto. Ele está cercado;, informou Berlinck. Um grupo de sete brigadistas vai permanecer no local para evitar que as chamas voltem a surgir. Agora a preocupação ainda persiste com uma outra linha de fogo no Morro do Mamute que se intensificou hoje à tarde. Por ser de difícil acesso, ainda não foi possível avaliar a extensão do incêndio nesta parte do parque.



Depois de um sobrevoo nesta quinta-feira, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que, se houver necessidade, pode pedir a ampliação do apoio dado pelo governo federal, que já cedeu helicópteros da Marinha. ;Acho que poucas vezes tivemos uma queimada tão grande. Estava sobrevoando e é assustador. Então, ver o que precisa de mais apoio, nos colocarmos a disposição se precisar pedir à presidenta;, disse, lembrando que as Forças Armadas já ajudaram em tragédias de enchentes no estado e agora apoiam as operações na queimada. ;Isso é que vale no entendimento. Ver o que mais precisa para a gente combater isso e torcer para ver se chega um pouquinho de chuva, porque já começa a faltar água;, comentou.

O secretário de Estado de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que cerca de 600 integrantes da corporação estão se revezando no combate aos incêndios na região serrana. ;Temos cerca de uma semana de eventos em todo o estado. Em Rio das Flores fizemos trabalho efetivo e a partir de domingo os programas se intensificaram aqui na região serrana. Ao longo desses dias empenhamos aqui um efetivo de 600 homens revezando-se em função da rusticidade do trabalho;, explicou.

Segundo o secretário, hoje há oito focos, sendo quatro deles próximos ao parque nacional e mais quatro na Reserva Biológica de Araras, em Petrópolis, além de alguns pontos no perímetro urbano, que são atendidos com socorro convencional de bombeiros. ;A nossa expectativa é que nos próximos dias efetivamente esses focos sejam extintos. A previsão do tempo nos dá conta que, a partir de domingo e segunda- feira, nós tenhamos chuva fraca, o que vai ajudar muito no trabalho". Ele acrescentou que a Marinha já disponibilizou duas aeronaves e há previsão de receber mais quatro. ;Estamos fazendo um trabalho preventivo e de logística, porque a gente considera que o emprego dessas aeronaves para o deslocamento de tropas para outros pontos vai facilitar o emprego de pessoal por terra;, analisou.

Simões disse ainda que, no perímetro urbano, não houve registro de casas atingidas. Ele considerou natural a preocupação de moradores ao verem o crescimento do fogo, mesmo que ele esteja a uma distância considerável. ;Em uma área de vegetação muito seca, isso causa um medo natural, que na maioria das vezes é imaginário, que a pessoa supõe que ele [o fogo] pode chegar a sua casa. Não temos nenhum registro de nenhuma situação real em que uma casa tenha sido atingida. Temos situações em que casas foram ameaçadas e tivemos em um determinado ponto uma casa em uma área de muita vegetação que tivemos que manter uma viatura e guarnição permanentemente lá até o controle efetivo do fogo;, esclareceu.

O secretário disse também que até a água de piscinas está sendo utilizada para o combate aos incêndios. ;A maioria das vezes temos usado piscinas e há uma compreensão natural de todas as pessoas, mas há muita possibilidade de rios, nascentes e lagoas, que permitem e facilitam muito o trabalho da aeronave, porque ela consegue captar água próxima do foco de incêndio onde vai ser feito o combate;, disse.

De acordo com o coordenador do ICMBio, incluindo os 550 hectares na Área de Proteção Ambiental (APA), mais 595 hectares do Parnaso e dos incêndios que vem sendo combatidos pelos bombeiros nos municípios próximos ao parque, foram atingidos cerca de 2,4 mil hectares.

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