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PF cumpre 23 mandados de busca e apreensão por fraude em concurso da UFJF

A denúncia de fraude foi revelada em maio quando o Ministério Público Federal recebeu a representação de dois candidatos que se sentiram prejudicados

postado em 21/10/2014 19:06
A Operação Password da Polícia Federal (PF), que investiga fraude em concurso público da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), cumpriu nesta terça-feira (21/10) 23 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Governador Valadares, Juiz de Fora e Belo Horizonte, e em Brasília, no Distrito Federal (DF). Foram cumpridos também dois mandados de afastamento da função pública e apreendidos computadores, HDs, documentos e celulares.

De acordo com a PF, a fraude ocorreu em concurso público feito entre fevereiro e junho deste ano, de edital 12/2014. Parentes e pessoas próximas a servidores da instituição e secretários de governo de Governador Valadares estão sob investigação de terem sido beneficiados no certame. Segundo a polícia, são 11 os candidatos suspeitos até o momento.

"Pessoas muito próximas a secretários e servidores tiveram notas que destoavam dos demais, e eram muito próximas à nota máxima. Analisando as provas, verificamos que eles não tiveram o raciocínio necessário para desenvolver as questões, não tinham histórico de aprovação em outros concursos e fizeram a prova muito depressa", disse Cristiano Campidelli, delegado responsável pela operação e chefe da Delegacia de Governador Valadares.

Os mandados foram cumpridos na residência de dois secretários de governo de Governador Valadares, um ex-secretário, uma chefe de departamento e de funcionários de alto escalão da universidade, segundo a PF. Também foram cumpridos mandados de busca na Comissão Permanente de Seleção (Copese), responsável pelos concursos da instituição. Os nomes das pessoas suspeitas foram divulgados.



A denúncia de fraude foi revelada em maio quando o Ministério Público Federal recebeu a representação de dois candidatos que se sentiram prejudicados. Os beneficiados pela fraude ocupam cargos de assistente de administração, engenheiro de segurança do trabalho, jornalista, odontólogo, produtor cultural, secretário executivo e auditor.

A UFJF informou, por meio de nota, que está contribuindo com a investigação e que forneceu "todos os documentos e informações solicitados". A instituição acrescenta que caso haja "qualquer tipo de comprovação de irregularidade, a UFJF será a primeira interessada em efetivar os procedimentos adequados para o seu devido saneamento". A universidade diz que aguarda a conclusão das investigações para se pronunciar e tomar as atitudes cabíveis, sem prejuízo das providências internas de averiguação.

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