O traficante colombiano Jesús Figueroa García, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22/10), é suspeito de participação em cerca de 250 homicídios. Ele estava escondido na cidade de Boa Vista, em Roraima, devido à proximidade com o norte da Colômbia e a Venezuela, regiões em que o criminoso circulava com frequência. Na Colômbia, cerca de 100 investigações apuram os crimes cometidos por ele, que além dos assassinatos é suspeito de tráfico de drogas, contrabando e formação de quadrilha.
A prisão de Marquito Figueroa, como é conhecido o criminoso de 47 anos, foi anunciada pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. O governo colombiano oferecia uma recompensa de cerca de R$600 mil por informações que permitissem a prisão de Marquito. "Talvez estejamos falando, nos últimos anos, do criminoso de maior importância que atuava em nosso país", classifica o coronel Narcizo Martinez Cubillos, adido policial da Colômbia no Brasil, em coletiva na sede da PF em Brasília, na manhã desta quinta-feira (23/10). Apesar de a imprensa colombiana ligar Marquito ao assassinato de políticos e autoridades do país, Cubillos não confirmou a informação.
"Este esforço de nossos homens, que se infiltraram em sua organização, conheceram os seus movimentos nos últimos anos, permitiram que o localizássemos nesta região e que, com o esforço de nossas polícias, efetuássemos a captura dele", explica Cubillos. A captura foi fruto de uma cooperação entre a PF e a Polícia Nacional da Colômbia (PNC). Em agosto, após identificarem o possível esconderijo do traficante em Boa Vista, os colombianos acionaram os policiais brasileiros.
A operação desta quarta-feira também prendeu um sobrinho de Marquito, homem de confiança do traficante e possível sucessor do tio no comando da organização criminosa. Agora, o governo colombiano deve enviar um pedido oficial para que a extradição dos dois seja efetivada.
Crimes no Brasil
Além da casa de classe média alta e dos três carros encontrados com Marquito Figueroa em Boa Vista, um inquérito será instaurado para averiguar a suspeita de que o traficante possa ter lavado dinheiro com a aquisição de bens no Brasil. "Não descartamos a hipótese de outros investimentos no Brasil, isso a investigação vai identificar", explica o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Oslaim Campos Santana.
Segundo Santana, Figueroa não resistiu à prisão, e a operação foi concluída sem a necessidade de disparos. Embora não estejam descartadas, a investigação não identificou a atuação do colombiano no tráfico de drogas ou outras atividades ilegais no Brasil.
Somente neste ano, 43 pessoas foram presas através de pedidos na lista de difusão vermelha da Interpol, para fins de extradição. Em 2013, 63 criminosos foram capturados no Brasil a pedidos de outros países.