postado em 29/10/2014 14:55
O Ministério Público Federal lançou nesta quarta-feira (29/10) a campanha No Fluxo da Vida, Cada Gota Conta, em uma escola municipal de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Idealizador da ação, o procurador da República Eduardo Santos afirma que o objetivo é promover uma mudança no modo de ver e tratar os recursos hídricos. O evento contou com a participação de mais de 100 alunos, entre 6 e 12 anos, pais, professores e representantes da sociedade civil e do poder público.Houve exposição de fotos sobre o Rio Paraíba do Sul em diversos períodos da sua história, mostrando a gravidade da situação atual. Os alunos também assistiram a uma aula sobre a importância da recuperação e da preservação dos rios. Durante o encontro, um grupo de crianças acompanhadas e monitoradas por agentes de trânsito do local distribuiu panfletos sobre a campanha aos motoristas. A assessoria do Ministério Público Federal informou que a escolha de Campos para iniciar a campanha se deve à importância que o Rio Paraíba do Sul tem para a vida dos moradores do município. Ainda segundo o órgão, a ideia é levar a campanha para outras cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.
O procurador da República ressalta que a principal meta do evento é acabar com ;crença; de que a água é um recurso ilimitado. ;Quando há um período de seca, as pessoas acreditam que basta chover e a questão estará resolvida. Mas existem diversos problemas que podem implicar uma grande escassez de água, como a crescente industrialização, urbanização, desmatamento, e poluição dos rios;. Santos acrescenta que ;se nada for feito, isso pode aumentar as disputas pelo uso da água e deixar cada vez mais pessoas sem acesso a esse recurso;.
Vice-diretora da Escola Municipal Pequeno Jornaleiro, local onde ocorreu a ação, Regina Peçanha de Barros explica a importância de organizar campanha com as crianças. ;A educação ambiental deve passar por todos, principalmente pelas crianças, que podem se tornar multiplicadoras da ideia. Além disso, elas devem estar conscientes do problema para cobrar soluções do governo e das empresas, pois serão as mais prejudicadas caso não seja feito algo para garantir o bom uso dos recursos hídricos", alertou.
Um relatório divulgado em março deste ano pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que 768 milhões de pessoas em todo o planeta não têm acesso a água potável. O texto apresentado pelo órgão também prevê que, se não forem feitas intervenções que busquem reduzir a degradação ambiental, esse número pode chegar a 2,3 bilhões até 2050.