Brasil

Ebola: Brasil fará triagem com passageiros de Guiné, Serra Leoa e Libéria

Os três países passam por um surto de ebola, concentrando 99,79% das 4.920 mortes causadas pelo vírus

postado em 31/10/2014 11:22
Como medida de controle, o Brasil fará uma triagem com os passageiros procedentes de Serra Leoa, Guiné e Libéria. Os três países passam por um surto de ebola. Os passageiros terão a temperatura aferida por método não invasivo e responderão a um questionário. Somente após passar pelo processo, a pessoa receberá de volta o passaporte e poderá seguir viagem. A identificação do itinerário será feita por meio dos dados do passaporte ou pelo próprio passageiro. Se for constatado que o passageiro esteve em um dos países nos 21 dias anteriores ao embarque, ele terá de passar pela triagem.

Segundo o secretário de vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, as medidas começaram nesta sexta-feira, em Guarulhos. Outros cinco aeroportos, inclusive o de Brasília, passarão a fazer a análise até o fim de novembro.

[SAIBAMAIS]Ao chegar ao Brasil, os passageiros deverão reportar, no momento da imigração, que vieram desses países. Eles serão, então encaminhados a um posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), onde passarão pela análise. No local, eles responderão a questões como se tiveram contato com pacientes contaminados no país de origem.

Caso a pessoa reporte que teve contato com alguém contaminado, ela terá a temperatura aferida durante 21 dias. O ministro da Saúde ressaltou que o risco de contaminação por ebola no Brasil é considerado baixo e que o Brasil não tem voos diretos desse locais. De acordo com o Ministério, apenas 529 passageiros vieram desses países ao longo do ano. "Mesmo se vierem, eles já passaram por triagem na saída do país de origem e na escala", disse o ministro.

Depois de passarem pela triagem receberão um folder que traz informações de que o sistema de saúde brasileiro é gratuito e os orienta a procurar os centros de saúde caso tenham os sintomas, como febre, diarreia ou vômito. O passageiro levará com ele que contém as informações da análise escritas em português e podem verificar o aparecimento de sintomas e o cálculo se a pessoa está ou não no período de incubação.

Segundo Barbosa o folder ajuda a passar por barreiras caso a equipe de saúde não fale a língua do paciente e facilitará a identificação dos casos suspeitos pelo serviço de saúde. ;A equipe da unidade seja Unidade de Pronto Atendimento ou emergência vai ter uma informação segura porque vai estar no folder. De maneira que o descarte ou suspeita pode ser feita de maneira imediata;, disse o secretário.

O primeiro caso suspeito no Brasil foi notificado neste mês , em Cascavel (PR), com um paciente que veio da Guiné, descartado menos de uma semana após a suspeita. ;A importância da identificação é para melhorar a qualidade da informação (...) O número é muito pequeno e podemos trabalhar com maior acurácia. A nossa preocupação não é o controle do monitoramento porque muito provavelmente essa pessoas já passaram por uma triagem no país de onde saíram e fizeram escala."

Das 4.920 mortes causadas pelo vírus no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, 4.910 ocorreram nos três países, ou 99,79% do total.

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