Brasil

Salário de mulheres ainda é 30% menor que o de homens, diz IBGE

Em uma década, a desigualdade de ganhos no mercado de trabalho entre homens e mulheres persiste. Mesmo assim, elas chefiam 37% dos lares, índice que era de 22% em 2000

postado em 01/11/2014 09:16
Maria do Socorro Rocha, 60 anos, que vende roupas em uma banca de rua na Estrutural, diz ser

Apesar de mais escolarizadas e mais ativas, as mulheres continuam a ocupar menos espaços que os homens no mercado de trabalho. Embora a desigualdade tenha sofrido uma leve redução, as brasileiras seguem com uma renda 30% inferior à dos homens. Quando consideradas a cor da pessoa e a região, a disparidade é maior ainda. Os dados são da pesquisa Estatísticas de Gênero 2014 ; Uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Em quase todas as regiões houve redução na desigualdade de renda, exceto pelo Norte e pelo Nordeste, onde a disparidade aumentou. O fator racial também implica abismos. A renda das negras ou pardas (R$ 727), em 2010, por exemplo, correspondia a 35% dos ganhos dos homens brancos (R$ 2.986). Já as moradoras de áreas rurais tinham rendimento médio de R$ 480, ainda inferior ao salário mínimo vigente, de R$ 510.

O aumento dos ganhos também é acompanhado de maior participação feminina no mercado de trabalho, embora menor que a masculina. Na década analisada pelo IBGE, 2000 a 2010, a taxa de pessoas do sexo feminino procurando emprego ou empregadas cresceu de 50,1% para 54,6%, enquanto a dos homens caiu de 79,6 para 75,7%.

Em uma década, a desigualdade de ganhos no mercado de trabalho entre homens e mulheres persiste. Mesmo assim, elas chefiam 37% dos lares, índice que era de 22% em 2000

Apesar de índices menores no mundo do trabalho, as mulheres ganham em escolaridade. No total, 12,5% com 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, frente a 9,9% dos homens. Nas universidades, elas são a maior parcela em cursos na área de educação e artes. ;Isso de certa forma explica em parte essa desigualdade de rendimento;, diz a pesquisadora do IBGE Cristiane Soares.

Já com fihos mais velhos, Maria do Socorro Rocha, 60 anos, dona de uma banquinha na entrada da Cidade Estrutural, diz ser ;o homem e a mulher da casa;. Apesar de já ter trabalhado na formalidade, ela abriu mão dos benefícios da carteira assinada para ganhar mais. ;Já fui vendedora e balconista. Deixei de ter carteira porque quis. Eu trabalhava muito, ganhava pouco e o serviço era longe. Já tem quase 20 anos que sou autônoma;, conta.

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