Brasil

Ministério da Saúde relança guia de orientações para alimentação saudável

Documento sugere dar preferência a comida caseira e fresca, além de evitar produtos ultraprossessados, como salgadinhos de pacotes, macarrão instantâneo e refrigerantes

postado em 06/11/2014 10:27

Cartilha indica o tradicional prato brasileiro: arroz, feijão, carne e salada

Mais da metade dos brasileiros (50,8%) estão acima do peso ideal e, destes, 17,5% são obesos. De acordo com dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2013, os números são 19% e 48%, respectivamente, superiores aos registrados em 2006. A obesidade é considerada fator de risco para doenças crônicas como diabetes e hipertensão e para alguns cânceres.

Baseado no dados, o Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (05/11) o Guia Alimentar para a População Brasileira. A pasta produziu um documento sugerindo ao brasileiro dar preferência a uma alimentação caseira e fresca, além de evitar produtos ultraprossessados, como salgadinhos de pacotes, macarrão instantâneo e refrigerantes. A publicação tem 152 duas páginas e será distribuída em escolas e unidades de saúde. O ministério também dispobilizou uma versão on-line no site.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou que a obra tem linguagem acessível. ;O guia se transforma cada vez mais em um instrumento de educação para a alimentação saudável;, disse. ;Ele passa a ser um manual que prioriza a qualidade dos alimentos ingeridos. Não há mais, por exemplo, uma predefinição de porções;, disse o ministro referindo-se ao formato das orientações anteriores, que trabalhava com grupos alimentares e porções recomendadas de carboidratos e proteínas.

Lançado em 2006, o primeiro guia era de difícil compreensão mesmo para profissionais de saúde, de acordo com o ministro. Desta vez, a publicação é ilustrada e de linguagem mais clara. O guia também valoriza, de acordo com Chioro, os hábitos culturais dos brasileiros. O prato mais comum na mesa dos brasileiros ; com arroz, feijão, salada e uma carne ; foi bem recomendado pela pasta. A restrição é mais pelo modo de preparo. Orienta-se que a utilização de óleo, gordura, sal e açúcar seja sempre em pequenas quantidades.

Para o nutricionista Clayton Camargos, o documento realmente está com uma linguagem mais palatável. ;Ele atualiza as recomendações de oito anos atrás e trouxe tendências do mundo da nutrição para o guia, como a prioridade a um cardápio mais natural;, avalia. ;Houve evolução. Foi possível perceber que a intenção não foi orientar uma dieta. A ideia é promover bem-estar e saúde por meio de uma dieta de alimentos naturais;, completa.

Clayton Camargos ressalta o cuidado em trabalhar dentro do que é comumente consumido pelos brasileiros. ;Ele trouxe combinações saudáveis para que sirvam de exemplos para as escolas. Tem café da manhã que é café com leite, mamão e bolo de mandioca. Almoço com pernil, que faz parte da cultura mineira. Ficou mais perto da rotina do brasileiro. É bem interessante ver a atenção em trazer um pouco desse regionalismo;, avalia o profissional.

Bem-estar
O destaque do guia é o cuidado também com as circunstâncias que envolvem o ato de comer. O texto aconselha que se tenham horários regulares para as refeições, ambientes apropriados, além de companhia, sempre que possível. O ministério sugere que o ideal é desfrutar a alimentação, evitando assistir à televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou realizar atividades profissionais. O principal objetivo é uma alimentação que previna problemas de saúde.

Indicações


Confira os 10 passos listados pelo Ministério da Saúde para uma alimentação saudável

; Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.

; Usar óleos, gorduras, sal, açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.

; Limitar o consumo de alimentos processados.

; Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.

; Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia.

; Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.

; Desenvolver, exercitar e partilhar atividades culinárias.

; Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.

; Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.

; Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação