Nathale Martins
postado em 12/11/2014 16:58
O casal Danilo Ferreira Putinato, 21 anos, e Raphael Martins, 20, foi agredido dentro de um vagão do metrô de São Paulo, entre as estações Armênia e Luz, na tarde do último domingo (9/11). Segundo Raphael, que publicou uma mensagem no Facebook contanto a agressão, um grupo de cerca de 15 homens, supostamente de uma torcida organizada, espancou o casal com chutes. Raphael fraturou o nariz e Danilo ficou machucado no rosto e braços.
;Hoje eu fui privado do meu direito de ir e vir;, escreveu Raphael em seu perfil na rede social. De acordo com o relato do jovem, os integrantes do grupo começaram o ataque verbalmente. "Ei, parem de se beijar, seus viados. Olha o respeito! Saiam do vagão", teriam sido algumas das frases ditas pelos agressores quando viram o casal abraçado.
;Não quisemos ceder porque nós temos direito de frequentar espaços públicos e de manifestar o nosso amor. Mas pagamos o preço por não querer abrir mão desse direito;, conta Raphael.
O grupo se aproximou, fez uma roda em torno dos dois e começou a chutá-los. ;Os chutes acertaram o meu rosto e o rosto do Dan. Meu nariz inchou e sangrou muito. O Dan também se machucou no rosto e no braço;, descreveu.
Na estação seguinte, os agressores seguraram as portas do trem e empurraram o casal a chutes para fora do vagão. ;Na hora eu chorei muito, me senti humilhado, mas agora estou melhor. Isso não me abalou e eu vou continuar lutando por um Brasil mais justo e convido todos a participar dessa luta;, escreveu Raphael.
[SAIBAMAIS]Após a agressão, o casal recebeu ajuda de funcionários do metrô e foi encaminhado ao atendimento da Santa Casa. Em seguida, os dois passaram por exames de lesão corporal no Instituto Médico Legal. Raphael Martins fraturou o nariz e precisará passar por uma cirurgia.
Na Delegacia localizada no Terminal da Barra Funda, Raphael e Danilo registraram um boletim de ocorrência e esperam encontrar os agressores por meio das gravações de câmeras de segurança do metrô. O caso foi classificado como lesão corporal e colocado aos cuidados da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) da Polícia Civil.