Brasil

Obiturário: Leandro Konder, filósofo marxista, morre aos 78 anos

Ele não resistiu às complicações do mal de Parkinson. O corpo do intelectual será velado nesta quinta-feira no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro

postado em 13/11/2014 10:37

Reconhecido como um dos maiores conhecedores do marxismo no Brasil, o filósofo Leandro Konder morreu ontem, aos 78 anos, em casa, no Rio de Janeiro. Ele não resistiu às complicações do mal de Parkinson. O corpo do intelectual será velado no Memorial do Carmo, em São Cristóvão, hoje, e cremado na sexta-feira.

Konder era professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). A morte do filósofo foi lamentada nos meios acadêmico, literário e político.

O jornalista e ex-deputado federal Milton Temer, que estava ao lado do amigo nos últimos momentos, disse que Konder ;descansou;, classificando-o como ;o maior humanista e filósofo que o Brasil tinha;.

Filho de Valério Konder, líder comunista, o filósofo foi preso durante a ditadura militar. Acabou se exilando na Alemanha, em 1972, e depois na França. Voltou ao Brasil em 1978. Desde então, Konder mergulhou no estudo das obras de Gyorgy Lukács. Além disso, passou a divulgar o marxismo.

O escritor Zuenir Ventura lamentou a perda de ;uma das mais generosas e lúcidas cabeças que já conheci;, lembrando que Konder nunca ;hierarquizou as pessoas pela ideologia, botava sempre o afeto acima de todas as coisas;. Sergio Paulo Rouanet, ensaísta, disse que a morte do amigo vem na hora em que o pensamento brasileiro se mostra tão ;pobre;.

Política
Rouanet conceituou Konder como ;um marxista dos menos dogmáticos;, frisando qualidades como o carisma e a generosidade do filósofo. Ele disse que, apesar das sequelas da doença, Konder mantinha o senso de humor e continuava conversando sobre política.

Na internet, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) comentou: ;Inteligentíssimo, doce, leve, bem-humorado, generoso, altruísta, honesto e corajoso, um agregador por natureza: Leandro Konder;.

A Boitempo Editorial, editora que publicava o filósofo, divulgou nota chamando-o de ;ser humano extraordinário, autor, coordenador de coleção, conselheiro e, acima de tudo, um amigo e companheiro de lutas;.

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