Após mais de 20 horas de julgamento, os ;canibais de Garanhuns; foram condenados por assassinato, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de canibalismo contra Jéssica Camila Pereira, 17 anos. O crime aconteceu em 2008, em Olinda. Bruna Silva e Isabel Pires foram condenadas a 19 anos de reclusão, e a um ano de detenção. Jorge Beltrão terá de cumprir 21 anos e seis meses de reclusão, mais um ano e seis meses de detenção. Os advogados dos três anunciaram que recorrerão. Bruna e Isabel já estão presas na Colônia Penal Feminina de Buíque, e Jorge saiu do tribunal direto para o Complexo Prisional do Curado. Eles ainda serão julgados pelas mortes de Giselly da Silva, 31, e Alexandra Falcão da Silva, 20. As duas foram assassinadas em Garanhus, no Agreste de Pernambuco, em 2012.
[SAIBAMAIS]Jorge, apontado como líder do grupo, confessou o assassinato de Jéssica. A jovem morava nas ruas de Olinda e tinha uma filha de 2 anos quando foi convidada a viver com o trio. Os três negaram a versão dada em 2012 ; quando foram presos ; de que fabricaram salgados com a carne de Jéssica. Eles admitiram, no entanto, ter comido partes da vítima. A filha dela também teria comido a carne da própria mãe. ;A carne era temperada normalmente pelas acusadas e servida com o resto da comida. A ideia era comer a carne purificada da vítima para que a purificação atingisse a todos;, contou o delegado responsável pela investigação, Paulo Berenguer. ;Eles ofereciam empregos de doméstica pagando um valor maior que o do mercado e atraíam as mulheres;, explicou.
Ao depor no Fórum de Olinda, na quinta-feira, Jorge fechou os olhos ao detalhar como foi o esquartejamento, e se disse arrependido. ;Foi um momento de extrema fraqueza e me sinto na posição das pessoas que perderam entes queridos. Minha verdadeira prisão é minha consciência;, filosofou. O homem garantiu que matou ;só; três mulheres, e explicou que a seita que criou, da qual as cúmplices seriam adeptas, não estava em atividade. ;Fazíamos doações de alimentos e denominamos de Cartel. Foi quando resolvi fazer esse trabalho com Bel e Bruna.;
;Entendo que ajudei na ocultação do cadáver, mas não estava na hora do esquartejamento;, explicou Isabel. Ela confirmou que a filha da vítima comeu a carne da própria mãe. ;Ela (Bruna, cúmplice) disse que comeu a carne de Jéssica grelhada com arroz. A criança também comeu;, detalhou. ;Eu comi porque o Jorge disse que na Bíblia estava escrito que se matasse tinha que comer. Mas eu revirei a Bíblia toda e não achei isso;, explicou Bruna. Ela também negou participação no esquartejamento, e disse que Jéssica foi escolhida por ser uma ;presa fácil;. Isabel disse ainda que não denunciou o companheiro, Jorge, por ser ;dependente emocional; dele. ;Fiquei calada com medo de que ele me deixasse.;
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