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São Paulo: médicos farão atendimento no metrô para detectar doença pulmonar

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc) é a quarta causa de óbito no mundo, atrás apenas do infarto do miocárdio, do câncer e da doença cerebrovascular

postado em 17/11/2014 17:02
Fumantes estão mais propensos a desenvolverem doenças pulmonares

No próximo dia 19, quem passar pela Estação Brás, do Metrô, entre 9h e 16h, poderá fazer uma espirometria, exame que detecta o risco de desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc). Organizados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os atendimentos acontecerão em uma tenda onde profissionais farão um questionário que detecta a necessidade de fazer o exame. A ideia é difundir a existência da doença e conscientizar a população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é a quarta causa de óbito no mundo, atrás apenas do infarto do miocárdio, do câncer e da doença cerebrovascular. As projeções da OMS mostram que a doença pulmonar será a terceira causa de morte no mundo, até 2030. No Brasil, a doença mata pelo menos 40 mil pessoas por ano. Na cidade de São Paulo, 15% da população paulistana, com a 40 anos, sofre de Dpoc.

A vice-presidenta da SBPT, Regina Maria de Carvalho Pinto, disse que as características da Dpoc são falta de ar, tosse, cansaço aos esforços, chiado no peito e insuficiência respiratória. ;Às vezes as pessoas não conhecem o termo Dpoc e chamam isso de bronquite ou enfisema pulmonar, termos mais conhecidos pelos leigos. A grande maioria das doenças pulmonares tem os mesmos sintomas da Dpoc, mas são outros dados antecedentes que chamam a atenção para a doença;.

Regina explicou que a Dpoc acomete, preferencialmente, fumantes, pessoas que já fumaram em alguma época da vida, indivíduos que entram em contato continuamente com fumaças do ambiente, como as de fogão a lenha ou a queima de biomassa (cana-de-açúcar). ;A grande maioria dos casos, 90%, são entre os fumantes. Os sintomas começam a aparecer tardiamente e levam ao comprometimento da qualidade de vida, além de causarem inflamação sistêmica, com o paciente desenvolvendo sintomas em outros órgãos;.

Para concluir o diagnóstico é preciso passar pela espirometria, um exame no qual a pessoa enche o pulmão e sopra em um aparelho que mede a função pulmonar. A partir de um determinado resultado é feito o diagnóstico. O tratamento depende do grau de gravidade.

A médica ressaltou que, para evitar problemas pulmonares, ;a primeira providência é parar de fumar;. Depois, acrescentou ela, é necessário que as pessoas cumpram o calendário de ;vacinação anual contra a gripe para evitar crises pulmonares, fazer atividade física ou até frequentar um programa formal de reabilitação pulmonar;.

Entre os medicamentos indicados para o tratamento estão os broncodilatadores, conhecidos como bombinhas, normalmente usado por portadores de asma. ;A doença não tem cura, mas com esse tipo de tratamento se consegue, na maioria das vezes, melhorar a qualidade de vida e diminuir [os] sintomas. Se não tratar, a doença progride levando à piora progressiva do funcionamento dos pulmões até a insuficiência respiratória, podendo causar a morte;.

Cerca de 6 milhões de pessoas, no Brasil, são portadores da Dpoc, mas pelo menos 88% não são diagnosticados por falta de espirômetro disponível nos serviços de saúde. Os custos da Dpoc chegam a R$ 100 milhões anuais para os cofres públicos, porque cerca de 70% dos pacientes dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento, conforme o estudo da SBPT.



;Os custos são altos para os pacientes não diagnosticados que ficam sem tratamento adequado. Eles acabam tendo crises e vão utilizar os recursos da saúde nos serviços de emergência. Normalmente, [essas pessoas] são internadas e o custo é maior do que o tratamento regular da doença;, explicou a médica.

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