Estado de Minas
postado em 18/11/2014 11:40
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manha desta terça-feira, a operação "Curinga" de combate a crimes contra a Previdência Social no Norte de Minas. Segundo a corporação, o vice-prefeito, vereadores e secretários da cidade de Monte Azul são investigados por ligação com esquema criminoso, além de servidores do INSS de Espinosa e advogados de Montes Claros.Ao todo, 19 pessoas são alvo da operação e elas estão sendo levadas para a sede da PF em Montes Claros. A polícia informou ainda que 39 mandados judiciais de busca e apreensão, condução coercitiva e sequestro de bens estão sendo cumpridos nos três municípios.
Os investigados, servidores públicos, agentes políticos e até mesmo funcionários do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de Monte Azul/MG, fraudavam processos de aposentadorias rurais por tempo de serviço, os quais eram concedidos a pessoas que não preenchiam os requisitos legais. Em troca, exigiam e recebiam vantagens indevidas e até mesmo apoio político na região.
As investigações demonstraram que as estruturas do município de Monte Azul, do sindicato e da agência do INSS em Espinosa foram utilizadas pelos investigados com o fim de captarem, de forma ilícita, o sufrágio. Benefícios previdenciários, materiais de construção, canos, combustível e até mesmo dentaduras eram fornecidos aos eleitores, em troca de votos.
Os investigados responderão, neste primeiro momento, por crimes contra a administração pública, estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica, dentre outros. Uma vez condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 20 anos.
Em uma segunda etapa, novos inquéritos policiais serão instaurados com o fim de se apurar os crimes eleitorais e os desvios de recursos públicos constatados.
O Chefe da Polícia Federal no Norte do estado, delegado Marcelo Eduardo Freitas, vai detalhar o resultado da operação em uma entrevista nesta manhã.