Marcelo da Fonseca/Estado de Minas
postado em 25/11/2014 06:03
Belo Horizonte ; Os 48 judeus e exilados políticos que desembarcaram em Juiz de Fora, em 1941, fugindo do nazismo com a ajuda do professor Hermann G;rgen, tiveram dificuldades para se adaptar à rotina no interior mineiro. Sem condições de trabalhar em suas áreas ; entre eles havia intelectuais, professores universitários e escritores ;, uma vez que vieram para atuar como operários em uma fábrica de fachada, os integrantes do grupo G;rgen enfrentaram uma série de proibições impostas aos imigrantes da Segunda Guerra. Após garantir a sobrevivência longe das atrocidades cometidas pelo ditador alemão Adolf Hitler, os refugiados passariam por mais alguns anos de provação no território brasileiro.
Em série iniciada domingo, o Correio Braziliense conta a história do grupo de exilados judeus e perseguidos políticos que contou com a ajuda do historiador e filósofo alemão Hermann Mathias G;rgen para escapar da morte quase certa nas mãos do regime nazista. Ele elaborou um plano para construir uma fábrica no interior de Minas Gerais ; as Indústrias Técnicas Ltda. ;, como justificativa para conseguir a autorização do governo brasileiro para a entrada dos perseguidos. Estratégia semelhante à do industrial Oskar Schindler, que ficou conhecido depois da façanha para salvar mais de mil judeus dos campos de concentração chegar aos cinemas no filme A Lista de Schindler.
A proximidade entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro, então capital federal, e as características europeias da cidade mineira ; o município foi apelidado no fim do século 19 de Manchester Mineira pelo grande número de indústrias ; não foram suficientes para uma adaptação mais fácil. Durante o período de guerra, a população tratava com preconceito os alemães que chegavam ao Brasil. Principalmente, depois que o presidente Getulio Vargas declarou guerra aos governos fascistas, algumas regras duras entraram em vigor, proibindo o uso do idioma alemão e o comércio de alguns produtos fabricados pelos imigrantes, mesmo eles tendo sido obrigados a fugir pelo regime nazista.
;A língua foi sem dúvida a maior dificuldade. E a própria condição de refugiados, impunha uma série de obstáculos na retomada de suas vidas. Eles não tinham patrimônio ao chegar aqui, já que muitos saíram às pressas e deixaram tudo para trás. Muitos intelectuais não podiam chamar atenção com ideias. No caso do grupo G;rgen, a maioria dos refugiados trabalhou em uma fábrica, algo que nunca tinham feito na vida;, conta a historiadora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Luiza Tucci Carneiro.
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