postado em 30/12/2014 14:19
A pedido do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o governo federal decidiu prorrogar por mais seis meses a permanência de tropas do Exército no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense. De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será a última prorrogação do prazo, antes que o governo estadual assuma integralmente a responsabilidade por garantir a lei e a ordem no complexo.
;Chegamos a um entendimento, e decidimos prorrogar a permanência das Forças Armadas na Maré;, disse Cardozo, lembrando que, de acordo com o pedido inicial do governo do Rio de Janeiro, a ;ocupação militar preliminar da área; serviria para antecipar e preparar a comunidade para a futura instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
[SAIBAMAIS] Quando a permanência militar foi prorrogada pela primeira vez, em agosto, ficou acordado que os cerca de 2,5 mil militares que desde abril reforçam a segurança na Maré começariam a deixar o local a partir desta quarta-feira (31), quando as forças de segurança estaduais assumiriam o controle. Segundo o governador fluminense, problemas na contratação de novos policiais atrasaram o cronograma, exigindo que os militares permaneçam por mais tempo no local.
Pelo novo acordo, todo o efetivo militar deverá permanecer no complexo até o fim de março. A partir do começo de abril e até o final de junho, os militares serão gradualmente substituídos por policiais fluminenses. De acordo com Pezão, 1,5 mil policiais se encarregarão da segurança do complexo após o fim do período de transição, em julho. Os primeiros 100 policiais militares se apresentarão ao comandante responsável pela operação militar já nos próximos dias.
;A gente só consegue avançar no combate à criminalidade, no Rio de Janeiro, com esta cooperação;, declarou Pezão, agradecendo a prorrogação da permanência militar e garantindo mudanças na segurança pública a partir do primeiro dia de 2015. ;Temos diversas mudanças para anunciar. Estamos entrando com uma nova visão, reavaliando as UPPs, mudando o comando da Polícia Militar e de toda a área de segurança da PM. Tomaremos uma série de medidas para reforçar o policiamento nos locais onde ainda sabemos que há problemas;, ressaltou.
Embora tenha sido anunciado hoje, em Brasília, o acordo só será oficializado no dia 7 de janeiro, depois que o atual governador da Bahia, Jacques Wagner, assumir o Ministério da Defesa. Presente ao anúncio, o general do Exército, José Carlos De Nardi, destacou a necessidade de as tropas locais de segurança assumirem a vigilância, já que segurança pública não é a prioridade das Forças Armadas. ;É importante que a Polícia Militar e a segurança do estado assumam sua responsabilidade. Por isso, estamos ficando até junho, para que haja esse período, no qual, pouco a pouco, passaremos a responsabilidade ao estado, que tem a responsabilidade de cumprir sua missão", disse De Nardi, revelando que o novo acordo estabelece que junho será o prazo final, definitivo, para a presença das tropas do Exército na Maré.