postado em 06/01/2015 13:17
Ao menos 1,6 mil passageiros de um cruzeiro ficaram impedidos de sair do Complexo Portuário de Itajaí, em Santa Catarina, devido a um protesto de pescadores. O navio foi cercado por 200 barcos de pesca. A movimentação da categoria começou na manhã desta segunda-feira (5/1) e só terminou às 15h30 desta terça-feira.
Segundo o presidente do Sindicato dos Armadores e Indústria da pesca (Sindipi), Giovani Monteiro, a paralisação procurava garantir junto ao Governo Federal a revogação da portaria 445 do Ministério do Meio Ambiente, que impede a pesca de mais de 90 espécies consideradas pelo ameaçadas de extinção.
;Nós estamos no nosso direito de poder e continuar a trabalhar, manter os nossos trabalhadores na indústria nesse setor que emprega tanto na nossa região, com mais de 60 mil postos de trabalho. Então está em risco o trabalho dos pescadores, das pessoas que trabalham em estaleiros, nas indústrias e nos fornecedores de matérias, então envolve muita gente", explicou Giovani.
Ainda de acordo com o sindicato, um documento foi encaminhado nesta tarde ao Ministério da Pesca e Ministério do Meio Ambiente. O relatório expõe as reivindicações da categoria para liberar o canal de acesso aos portos da região. Entre os pedidos estão: a inclusão de um representante do Sindipi e do Sitrapesca no Grupo de Trabalho anunciado ontem pelos ministérios para analisar as espécies de peixes que estão na lista de ameaçadas em extinção.
Segundo a Secretaria de Turismo de Santa Catarina, uma reunião foi realizada ontem entre a autoridade dos Portos e a categoria. Na ocasião, ficou acordado que os pescadores deixariam o transatlântico passar. No entanto, de acordo com a pasta, na hora em que o navio se preparava para sair, a categoria desistiu da trégua e bloqueou novamente o acesso.
O cruzeiro saiu de Santos, São Paulo, e chegou a Itajaí na tarde de ontem. Os passageiros teriam que seguir para Montevidéu, no Uruguai, ontem à noite.
Com o impasse, os passageiros ficaram presos e foram impedidos de desembarcar por determinação da Alfândega. A Capitania dos Portos informou que ao menos seis embarcações esperavam a liberação para deixar o complexo.
A Pullmantur, empresa responsável pelo navio que estava impedido de prosseguir viagem, alegou, por meio de nota, que reavaliará o itinerário do passeio.