postado em 07/01/2015 14:01
Dezenas de vítimas do acidente de trem ocorrido na noite de segunda-feira (5), em Mesquita, na Baixada Fluminense, lotam na manhã de hoje (7) a Delegacia de Polícia do município. Eles compareceram voluntariamente ao local para prestar depoimento sobre o acidente,O atendimento está sendo feito com entrega de senhas e a espera supera duas horas. Com um ferimento na cabeça, a faxineira Neuza Santana chegou ao local por volta das 9h30 e só foi atendida ao meio-dia. ;Toda hora me dava uma aflição, uma tonteira, mas tive que aguardar. Eu sou faxineira e já estou há dois dias sem trabalhar. Precisei ficar aqui para poder ir no IML [Instituto Médico-Legal] e recorrer à indenização;, conta.
Além da demora, algumas vítimas do acidente também enfrentam sol forte do lado de fora, já que a recepção da delegacia está lotada. Os que estão do lado de dentro também não tem muito conforto já que os dois banheiros estão interditados, o bebedouro não funciona e o ar-condicionado não resfria o local diante do grande número de pessoas e do tempo quente.
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Por volta das 12h30, um funcionário da 53; Delegacia de Polícia (DP) de Mesquita pediu que os passageiros com ferimentos leves voltassem outro dia, a fim de prestarem atendimento apenas àquelas vítimas em situação mais grave. No entanto, poucos foram embora.
;Eu já vim aqui ontem e pediram que eu voltasse hoje. Vou esperar aqui até ser atendida. Acho que tinha que ter mais gente atendendo. Teve um acidente de trem com um monte de vítimas;, disse a moradora de Nova Iguaçu Fabiane de Souza, que tinha hematomas nos dois olhos.
Já Márcia Pereira, que trabalha como ambulante e está com a perna esquerda imobilizada, disse que preferia enfrentar o sol do que ter que voltar outro dia à delegacia. ;É um absurdo essa demora. Estão chamando agora a senha 34. A minha é 104. Fui roubada dentro do trem. Me levaram R$ 1.800, que era o dinheiro que eu ia usar para ir a São Paulo. Sou camelô, como eu vou viver? Eu tenho que correr atrás [da indenização]. Não saio daqui enquanto não for atendida;, disse.
Segundo o delegado Matheus de Almeida, até ontem 130 passageiros haviam prestado depoimento na Delegacia.