postado em 17/01/2015 18:17
A Polícia Militar (PM) reforçou a segurança na orla do Rio, principalmente durante o fim de semana. São cerca de 750 policiais patrulhando as praias desde o Parque do Flamengo, na zona sul, até o Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. No Arpoador, um dos trechos mais bonitos, com águas calmas e cristalinas, alvo de roubos e arrastões nas últimas semanas, foram montadas duas torres na areia, além da instalação de dois centros de comando móveis, de onde são captadas e geradas imagens em tempo real.Também foram montadas operações ao longo dos percursos dos ônibus procedentes da zona norte, especialmente de comunidades pobres. O objetivo da PM é evitar que jovens promovam roubos nas areias e que depredem os veículos, como registrado no último fim de semana, quando um grupo chegou a quebrar todas as janelas de um ônibus, na volta da praia.
Leia mais notícias de Brasil
A abordagem da PM, porém, divide os banhistas. Uns apoiam a medida, mas são muitas as reclamações de discriminação. O ajudante de pedreiro Kleiton da Silva Santiago reclamou das abordagens. ;Incomoda chegar na praia e já ser abordado pela polícia. Chegam com ignorância, já agredindo. É chato. Todo mundo que é de comunidade, eles pensam que é ladrão. Mas não vou deixar de vir à praia;, criticou Kleiton, que aproveitava o seu dia de folga.
Mesmo quem vê necessidade na garantia da ordem na praia, reclama do excesso nas abordagens da PM. ;É necessário, mas tem que ter compreensão dos dois lados. Falta respeito tanto do banhista quanto do policial. Tem uns que saem e quebram ônibus, mas os policiais ficam esculachando [desrespeitando] e isso não é legal. Aí dá mais revolta. Se um policial me esculachar na frente da minha mulher, eu não vou gostar;, disse Elton Miranda, morador do Complexo do Alemão.
Os recentes casos de violência na praia, como arrastões e roubos, têm assustado banhistas. A vendedora de bebidas Solange da Silva, argumentou que as vendas vinham baixando muito, pois os clientes estavam deixando de frequentar a Pedra do Arpoador, onde ela trabalha há dez anos. ;Agora está melhorando a segurança, porque há muita polícia. Antes, estava muito ruim, por causa dos arrastões. Não estava vendendo nada, voltava com tudo para casa;, contou Solange, que traz seus produtos do bairro de Santa Cruz, a cerca de 60 quilômetros da zona sul.
A PM foi procurada, por meio de sua assessoria, para comentar as críticas sobre as abordagens, mas até a publicação da matéria ainda não havia se pronunciado.