postado em 21/01/2015 19:27
Pesquisa divulgada hoje (21) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com 487 empresas do setor revela que 30,6% delas estão enfrentando problemas devido ao baixo nível nos reservatórios de água. Essas indústrias empregam 59.849 trabalhadores. O gerente-geral de Meio Ambiente da Firjan, Luis Augusto Azevedo, disse à Agência Brasil que o resultado reflete a indústria fluminense como um todo, integrada por mais de 20 mil companhias.Não há ainda uma percepção generalizada de falta de água, disse Azevedo. Ele observou, porém, que algumas regiões, como a região da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul; a foz do Rio Paraíba do Sul, localizada no norte do estado; e a região final da Bacia do Rio Guandu, na zona oeste da capital, têm historicamente dificuldade de abastecimento nos períodos mais secos. ;[Essas regiões] estão sofrendo bastante este ano. Por isso, a maioria das empresas situadas nessas regiões já está apontando aumento de custos e problemas de operação;.
Entre as empresas afetadas, 50,3% disseram que o principal efeito sentido foi o aumento do custo de produção. A pesquisa identificou que muitas companhias vêm tomando medidas para reduzir o consumo de água. Nesse sentido, o controle do consumo foi apontado por 57% dos entrevistados, enquanto o controle de perdas na rede de distribuição foi citado por 28,5% e o reuso de água, por 25,8%.
Nos últimos dois anos, 56,7% das empresas adotaram medidas para reduzir o consumo de água no setor. Após a implementação dessas medidas, o resultado foi uma redução média do gasto de água de 25,6%. O gerente-geral de Meio Ambiente da Firjan disse que, em todo o estado, no período seco, as empresas são obrigadas a lidar com uma relativa redução do volume dos rios. ;As empresas vêm se preparando há alguns anos para lidar com essa realidade;.
Azevedo destacou também o custo da água. ;A água fornecida pela concessionária de abastecimento tem custo crescente;. A isso se soma o custo de captação direta nos mananciais, pago ao estado ou à Agência Nacional de Águas (ANA). ;A própria escassez, que é recorrente nos períodos secos, e o custo da água vêm fazendo com que as empresas busquem soluções para reduzir o consumo e o desperdício;, disse.
Como especialista em meio ambiente, Azevedo não tem dúvidas que é fundamental a participação da população no esforço de reduzir o consumo de água. ;É necessário que a população seja sensibilizada a economizar água, a buscar as suas formas de economia, a verificar vazamentos;. Ele lembrou que há inúmeras cartilhas elaboradas por diversos órgãos públicos e privados com esse objetivo. ;É cada vez mais fundamental que as pessoas participem. A gente tem também que implantar medidas de racionalização de água na agricultura. Enfim, todos os setores têm que buscar reduzir o seu consumo;.
Na avaliação de Azevedo, a crise está caminhando para um agravamento, tendo em vista que as chuvas esperadas para o período de dezembro e janeiro não estão ocorrendo. ;A gente tem que se preparar porque os próximos meses e anos vão ser difíceis com relação à disponibilidade de água;.
De acordo com pesquisa anterior, divulgada em dezembro de 2014 pela Firjan, a água era apontada como o quinto item de infraestrutura mais importante para as indústrias. Ele foi citado por 27% dos entrevistados, à frente de portos (16%), ferrovias (14%) e aeroportos (6%).