Brasil

Com menos chuvas e baixo investimento no setor, crise hídrica se agrava

Dados mostram que um dos motivos para a seca foi a baixa quantidade de chuvas em 2014.

Natália Lambert
postado em 01/02/2015 08:11
Nível da água no Sistema Cantareira está igual há cinco dias. Chuvas no fim de janeiro trouxeram estabilidade

Uma das explicações para a crise hídrica que assola São Paulo e bate à porta de outras cidades do Sudeste é a seca que acometeu o país no ano passado. Longos períodos sem chuva, característica comum ao clima no Nordeste, se estenderam para outras regiões. Levantamento feito pelo Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), a pedido do Correio, mostra que, de 76 estações meteorológicas em estados do Sudeste e do Centro-Oeste, 65 tiveram um acumulado de chuvas abaixo da média histórica em 2014.

Em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, a falta de precipitações é evidente. Todas as oito estações do Inmet captaram chuvas abaixo da média. Na capital paulista, choveu 8% menos que a média histórica. Em Campos do Jordão, o nível chegou a ser 49,3% inferior. O baixo índice, verificado principalmente nos locais onde ficam os principais reservatórios do estado, ameaça o abastecimento de água da população.

O Sistema Cantareira, responsável por levar água a 6,5 milhões de pessoas, operava ontem com 5,1% da capacidade da segunda cota do volume morto. O Alto Tietê estava com 10,8%. E o ano de 2015 não trouxe boas notícias. Ao menos no primeiro mês, choveu somente 50% do previsto sobre o Cantareira. O governo do estado ainda não determinou como será o revezamento no abastecimento, mas chegou a sugerir um rodízio à população de cinco dias da semana sem água.

No Rio de Janeiro, onde dois dos principais reservatórios já atingiram o volume morto, a situação também foi caótica no ano passado. De nove estações, todas registraram chuvas abaixo da média. Só na capital, choveu 45,6% a menos. Em Minas Gerais, nos 39 locais de controle, 38 captaram chuvas inferiores à média. Mais de 40 municípios já estão em racionamento de água. O único local onde choveu mais que o normal foi em Formoso, no noroeste do estado. Em Belo Horizonte, foram 35,5% abaixo, e no município de Curvelo, o índice foi de menos 71%. No Espírito Santo, a unidade meteorológica de Vitória, a única do estado, captou 34% a menos de chuvas em 2014.

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