postado em 04/02/2015 18:23
Depois de quase dois anos de relações rompidas, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina (CFM) se reuniram hoje (4) para discutir a agenda do ano. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, foi uma reunião importante para uma reaproximação, após um rompimento de mais de uma ano e meio. ;[A reunião significa] retomar o dialogo respeitoso, baseado no interesse público, com respeito ao que é papel de cada um;, disse o ministro.Pouco depois do lançamento do Programa Mais Médicos, ainda com Alexandre Padilha à frente da pasta, as entidades médicas, entre elas o CFM, decidiram se retirar de câmaras e comissões técnicas do governo, incluindo o Conselho Nacional de Saúde. A justificativa da entidade é que o programa feria os direitos dos profissionais ao contratar médicos sem revalidação de diploma e que ele não os tinha consultados antes do lançamento.
Segundo Chioro, que completou um ano de pasta ontem, a reunião foi importante para marcar uma reaproximação respeitosa. ;Uma coisa é você conversar, outra coisa é você ter os espaços institucionais, em que você dá regularidade à relação, ocupados, funcionando com normalidade, isso estava suspenso;, avaliou o ministro.
Chioro disse que hoje mesmo havia representante do CFM na reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS e, a partir de agora, outros conselhos voltarão a ter a presença da entidade.
Entre os temas abordados estiveram o aprimoramento das normas para estimular os partos normais e também ajustes nas normas para evitar irregularidades relacionadas a prescrição de próteses, denunciadas recentemente pelo programa Fantástico, da Rede Globo.
Para o ministro da Saúde, um dos pontos sugeridos pelo CFM para cessar as irregularidades com a indicação de próteses, o tabelamento de preços dos produtos, vai fazer parte da estratégia usada pelo governo, mas a solução do problema envolve uma ação mais ampla.
;Nós temos problemas na exportação, importação, na aquisição, distribuição, diretrizes e nos protocolos de indicação clínica de cada um desses procedimentos, na rastreabilidade;, avaliou o ministro, dizendo que não adianta atacar só nos preços.
O Grupo de Trabalho interministerial criado para regulamentar o setor está recebendo contribuições do setor privado, de entidades médicas e de sociedades de especialistas. ;Vamos ouvir todo mundo;, disse o ministro.
Procurado pela Agência Brasil para comentar o assunto, o CFM não se manifestou até a publicação desta matéria.