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Livro aborda influência da cultura africana no vestuário do brasileiro

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postado em 07/02/2015 16:27
Resultado de uma herança que remonta à época colonial, a influência da cultura africana está presente nas cores e nos desenhos estampados no vestuário dos brasileiros. O tema é abordado, de forma inédita, no livro O africano que existe em nós, brasileiros, de autoria da designer de moda Julia Vidal, lançado nesta semana, no Rio de Janeiro. A obra tem coedição da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República.

[SAIBAMAIS]Descendente de africanos, indígenas e europeus, Julia Vidal, graduada em comunicação visual pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), buscou no livro documentar a origem estética da identidade brasileira e mostrar como ela se materializou na moda. ;Busquei identificar formas e ritos que fazem parte do nosso cotidiano, a fim de identificar sua origem, se africana, indígena ou portuguesa. O resultado dessa mistura é uno, é brasileiro;, conta Julia.

Segundo ela, a história da moda no Brasil, como um todo, ainda é pouco registrada em livros, e a contribuição africana menos ainda. ;Tive dificuldades de encontrar fontes bibliográficas. Pesquisei em livros sobre simbologia, máscaras, ourivesaria;, admite a autora, que começou a atuar na moda em 2005, quando criou a grife afro-brasileira Balaco.

Enquanto fazia as pesquisas para o livro, Julia concebeu dez coleções, retratadas na obra, em que ela destaca a contribuição das diferentes etnias africanas que vieram para o Brasil na condição de escravos.

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;Os africanos começaram a produzir sua própria roupa, a partir de matérias-primas locais, e com o tempo essa passa a ser a roupa não só do escravo, mas também a do colono;, explica. Ela ressalta, porém, que os trajes que constituem a identidade da moda afro-brasileira variam de acordo com a região.

;Isto está relacionado com a origem étnica dos africanos trazidos para o Brasil. Na Bahia, por exemplo, a maior força da cultura iorubá se tornou a grande referência no vestuário, mas as nossas roupas são muito diferentes das africanas da mesma etnia. Aqui não temos aquelas mangas volumosas, as formas de amarrar os turbantes são diferentes;, explica a autora.

Embora focado na moda, O africano que existe em nós, brasileiros aborda também as heranças étnicas na música, na culinária e na arte. As religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, também são tema da publicação.

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