postado em 17/02/2015 11:04
Investimentos e criatividade são as ferramentas das escolas da Grande São Paulo para lidar com a falta de água. As cisternas têm sido uma das opções mais procuradas para os estabelecimentos que podem arcar com os custos. Apesar de a água da chuva não ser própria para consumo, as reservas podem ser usadas para garantir a limpeza e o funcionamento dos banheiros.O Colégio Pio XII, no Morumbi, zona sul paulistana, gastou R$ 1,5 milhão em uma obra para aproveitar a água que cai nos telhados da escola. ;O colégio, há mais de um ano, começou uma obra para ampliar a área do telhado para, além de cobrir toda a área do prédio, permitir que a água seja captada e concentrada em um único espaço de armazenamento;, explicou o coordenador administrativo, Vicente Brandão Neto. Segundo ele, apenas meia hora de chuva forte é suficiente para encher os 40 mil litros da cisterna.
O prédio mais novo do complexo onde estudam 1,3 mil jovens já foi construído com os equipamentos para captação de água da chuva. Vicente ressalta que a preocupação com o meio ambiente faz parte dos ideais da escola. ;Como é um colégio franciscano, já faz parte da filosofia do colégio se preocupar como o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável;, disse.
Mesmo não sendo atendido pelo Sistema Cantareira, que tem a situação mais crítica, o Pio XII não está à margem da crise que afeta toda a metrópole. De acordo com o administrador, nos últimos meses, a água vem chegando com uma cor barrenta. ;A gente nota que nos vasos sanitários fica uma mancha quando a água fica parada muito tempo;, conta. As alterações no abastecimento têm até causado entupimento nos filtros. ;A gente costumava trocar os filtros apenas na validade, que dura seis meses. Hoje, a gente chega trocar o filtro com dois ou três meses por entupimento;, relata.
Na Luz, região central da capital, a Escola Estadual Prudente de Moraes também conta com o reforço de uma cisterna que aproveita a água que cai no telhado e no pátio. A instituição é uma das 104 escolas estaduais que contarão com o novo sistema. A rede estadual é composta de 5,3 mil estabelecimentos de ensino.
A diretora da Prudente, Mirian Koiffman, avalia que a cisterna mais a caixa de água garantam uma autonomia de quatro dias, em caso de um racionamento mais severo. ;Eu acredito que aqui não vai ter problema nenhum;, disse otimista em relação ao abastecimento da escola que tem 1,2 mil alunos de 6 a 10 anos. Porém, em caso de problemas no abastecimento, a orientação é chamar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A empresa disponibiliza o número 195 para atendimento de estabelecimentos prioritários, como escolas e hospitais. Em caso de falta de água, a Sabesp diz que garantirá o abastecimento com caminhões-pipa.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Luiz Olinto Tortorello, em São Caetano do Sul (ABC paulista), alunos e professores trabalharam juntos para uma solução que reduzisse o consumo de água. A ideia tem dado certo e consiste em colocar uma garrafa plástica dentro das caixas das descargas, reduzindo o consumo em um litro por uso. A medida conseguiu diminuir em 6,5 mil litros o consumo diário de 52,5 mil litros. ;Nós estamos fazendo uma bela economia;, enfatizou o diretor Vilson De Biazi.