Jacqueline Saraiva
postado em 19/02/2015 13:21
Em nota oficial, divulgada nesta quinta-feira (19/2), o governo da Guiné Equatorial negou que tenha dado dinheiro para financiar o desfile da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, a vencedora do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro. De acordo com o comunicado, empresários brasileiros que atuam no país tiveram a iniciativa de dar recursos à agremiação. O porta-voz do governo, Teobaldo Nchaso Matomba, reforçou que o governo da Guiné forneceu apenas apoio cultural, através de fotos, livros e outros materiais para elaboração do enredo sobre o país africano. Segundo reportagem do jornal "O Globo" publicada na semana passada, a escola teria recebido R$ 10 milhões de patrocínio.[FOTO391857]
Matomba também negou que o líder Teodoro Obiang Nguema Mbasogo tenha assistido ao espetáculo. ;Ele tem passado estes dias cumprindo sua agenda nos assuntos africanos e nacionais;, ressaltou. Mesmo assim, o governo da Guiné Equatorial manifestou orgulho de poder participar do evento e recordou que o governo ;serguirá apoiando todas as iniciativas que mostrem o povo;.
Trilha da felicidade
Com a vitória decidida nas notas dos últimos quesitos, a escola Beija-Flor de Nilópolis comemorou nessa quarta-feira (18/2) o 13; título de campeã do Grupo Especial, com 269,9 pontos. A diferença foi de quatro décimos para a Acadêmicos do Salgueiro, que repetiu o desempenho de 2014 com o vice-campeonato. A escola levou para a Sapucaí o enredo ;Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade".
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[SAIBAMAIS]O desfecho do carnaval carioca foi muito criticado nas redes sociais. Frases como ;Impeachment Beija-Flor;, montagens com Hitler e sugestões de que o próximo enredo da escola fosse sobre grupos extremistas como o Estado Islâmico e o Boko Haram foram alguns dos comentários na internet. O desfile da Beija-Flor foi patrocinado pela Guiné Equatorial, país comandado há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, acusado de violações de direitos humanos, tortura e prisões arbitrárias pela Anistia Internacional. A escola recebeu R$ 10 milhões, de acordo com reportagem do jornal O Globo. O presidente da agremiação, Farid Abraão, teria admitido a contribuição, mas negou o valor sem divulgar o montante.
Luxo e poucas inovações
A apresentação da escola apostou no luxo de fantasias e alegorias e usou poucas inovações tecnológicas. Ao todo, foram 3.700 integrantes distribuídos em 72 alas e sete carros alegóricos. O desfile das campeãs ; com as seis escolas mais bem classificadas ; será no sábado, a partir das 21h30.